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Japão e Holanda irão restringir exportações de tecnologia de fabricação de chips para China

Controles dos países estão em linha com as medidas de restrição anunciadas pelos Estados Unidos em outubro com o intuito de impedir a China de desenvolver chips de ponta

Chips: O governo Biden tem dito que as medidas visam impedir que os militares chineses obtenham chips avançados (mailsonpignata / 500px/Getty Images)
AO

Agência O Globo

Publicado em 12 de dezembro de 2022 às 17h51.

Última atualização em 12 de dezembro de 2022 às 18h15.

O Japão e a Holanda concordaram, em princípio, em se juntar aos Estados Unidos com o intuito de restringir as exportações de máquinas avançadas utilizadas na fabricação de chips para a China. A informação foi confirmada com fontes com conhecimento do assunto e torna-se um potencial golpe para as ambições tecnológicas do governo de Pequim.

A expectativa é que os dois países anunciem nas próximas semanas pelo menos algumas das medidas abrangentes adotadas pelos EUA em outubro para restringir a venda de equipamentos avançados de fabricação de semicondutores. O governo Biden tem dito que as medidas visam impedir que os militares chineses obtenham chips avançados.

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Bloqueio de recursos à China

A aliança de três países representaria um bloqueio quase total da capacidade da China de comprar o equipamento necessário para fabricar chips de ponta. As regras dos EUA restringiram o fornecimento de equipamentos americanos dos fornecedores Applied Materials, Lam Research e KLA. A japonesa Tokyo Electron e a holandesa ASML são os outros dois fornecedores críticos que os EUA precisavam para tornar as sanções efetivas, o que torna a adoção das restrições de exportação por seus governos um marco significativo.

Na segunda-feira, a China entrou com uma disputa sobre os controles de exportação dos EUA na Organização Mundial do Comércio (OMC), informou o Ministério do Comércio do país em comunicado. O governo chinês disse que as restrições ameaçam a estabilidade da cadeia de suprimentos global e que a justificativa de segurança nacional dos Estados Unidos é duvidosa.

Mas a oposição global às ambições de fabricação de chips da China está aumentando. O governo japonês concordou com restrições semelhantes às das autoridades holandesas nas últimas semanas, já que os dois países queriam agir em conjunto, segundo fontes.

O Japão teve que superar a oposição de empresas domésticas que preferem não perder vendas para a China, de acordo com uma fonte. Além da Tokyo Electron, a Nikon e a Canon são empresas com menor participação de mercado. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão não respondeu aos pedidos de comentários.

Países pensam em mais bloqueios no futuro

Os três países são as principais fontes mundiais de maquinário e conhecimentos necessários para fabricar semicondutores avançados. Os dois governos planejam proibir a venda de máquinas capazes de fabricar chips de 14 nanômetros ou mais avançados para a China, de acordo com fontes.

A tecnologia de 14 nm está pelo menos três gerações atrás dos últimos avanços disponíveis no mercado, mas já é a segunda melhor tecnologia da semiconductor Manufacturing International Corp., líder na fabricação de chips da China.

O integrante do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Tarun Chhabra, e o subsecretário de Comércio para Indústria e Segurança, Alan Estevez, estiveram na Holanda no final de novembro para discutir os controles de exportação, apurou a Bloomberg. A secretária de Comércio Gina Raimondo conversou por teleconferência sobre os mesmos problemas com o responsável pelo METI, Yasutoshi Nishimura, na semana anterior.

Com a mudança, autoridades holandesas e japonesas codificarão e expandirão suas medidas de controle de exportação existentes para restringir ainda mais o acesso da China a tecnologias de ponta de chips.

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