Japão diz viver a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial
Tragédia pode ter provocado a morte de mais de 10.000 pessoas
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2011 às 11h33.
Fukushima - O Japão luta neste domingo para impedir o vazamento de dois reatores nucleares atingidos pelo terremoto, descrevendo o tremor e o tsunami, que pode ter provocado a morte de mais de 10.000 pessoas, como a pior crise que a nação já viveu desde a Segunda Guerra Mundial.
A terceira maior economia do mundo está lutando para responder ao desastre de proporções épicas, em que mais de 1 milhão de pessoas estão sem água potável ou energia e enquanto cidades inteiras foram varridas do mapa.
"O terremoto, o tsunami e o incidente nuclear têm sido a maior crise que o Japão enfrentou nos 65 anos desde o fim da Segunda Guerra Mundial", disse o primeiro-ministro Naoto Kan em conferência de imprensa.
Enquanto ele falava, autoridades trabalham desesperadamente para impedir o superaquecimento dos reatores danificados, o que pode derreter o contêiner, ou ainda explodir, provocando o vazamento de material radioativo que pode ser espalhado com o vento.
O governo disse que o prédio em que está o segundo reator, que fica no mesmo complexo, corre risco de explodir depois que uma explosão destruiu sua cobertura um dia depois do tremor. O complexo fica a 240 km ao norte de Tóquio.
O reator número 1 tem 40 anos e, originalmente, estava programado para deixar de operar em fevereiro, mas teve sua licença estendida por mais 10 anos.
A rede de televisão NHK, citando dados oficiais, disse que mais de 10.000 pessoas podem ter morrido por causa do tsunami provocado pelo terremoto de magnitude 8,9 graus de sexta-feira, que atingiu a área costeira e reduziu as cidades a escombros.
Quase 2 milhões de casas estão sem energia elétrica na gélida região norte, disse o governo. Cerca de 1,4 milhão de pessoas estão sem água.
A agência de notícias Kyodo News disse que cerca de 300 mil pessoas em todo o país foram evacuadas, muitas estão refugiadas em abrigos.
A autoridades mantêm uma zona de exclusão de 20 km em torno da usina nuclear Fukushima Daiichi e de 10 km em outra planta nuclear próxima da região. Cerca de 140.000 pessoas foram removidas da área, enquanto as autoridades se prepararam para distribuir iodo na tentativa de reduzir a exposição da população local à radiação.