James Murdoch afirmou às autoridades que desconhecia um e-mail que provava que as escutas ilegais era prática comum (Warren Allott/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2011 às 11h14.
Londres - O filho do magnata Rupert Murdoch, James Murdoch, presidente da filial britânica da News Corp., será convocado a depor novamente na comissão parlamentar que investiga o escândalo das escutas no tabloide News of the World, anunciou nesta terça-feira um deputado britânico.
"Temos mais algumas perguntas, com base no que ouvimos, para fazer a James Murdoch", disse o presidente da Comissão de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns, John Whittingdale, ao canal Sky News.
Em uma primeira aparição diante do painel da comissão, em meados de julho, James Murdoch negou estar ciente da existência de um e-mail que demonstrava que as escutas no hoje extinto News of the World não eram obra de apenas um repórter, mas que estavam generalizadas no tabloide.
Mas outras duas testemunhas, um ex-redator do jornal Colin Myler e um ex-advogado do News International Tom Crone, asseguraram em duas ocasiões diante da comissão que informaram ao presidente da companhia sobre esta mensagem durante uma reunião em 2008.
A comissão já havia adiantado em meados de agosto sobre a possibilidade de voltar a convocar James Murdoch devido a "provas contraditórias que o comitê está decidido a esclarecer".
James Murdoch, de 38 anos, continua defendendo seu primeiro depoimento.
"Mantenho meu testemunho, que é um relato fiel dos fatos", insistiu em um comunicado divulgado na semana passada pelo News International.
James, potencial sucessor de seu pai Rupert Murdoch à frente do News Corp, dirige todas as atividades do grupo familiar na Europa e na Ásia, e também preside desde 2007 a plataforma de televisão por satélite britânica BSkyB.
O grupo News Corporation, propriedade de Rupert Murdoch, encontra-se no olho do furacão pelas acusações de que grampeou os telefones celulares de até 4 mil pessoas, incluindo o de uma adolescente desaparecida que depois foi encontrada morta, o que provocou o fechamento do News of the World, o semanário mais vendido no Reino Unido, no dia 7 de julho.