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Itália sob supervisão do FMI e da UE para acalmar mercados

Entidades serão responsáveis por garantir que o país cumpra as reformas fiscais; pedido partiu do governo italiano

Silvio Berlusconi: Itália quer evitar o contágio da crise grega (Alberto Pizzoli/AFP)

Silvio Berlusconi: Itália quer evitar o contágio da crise grega (Alberto Pizzoli/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2011 às 14h08.

Cannes - O Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Comissão Europeia supervisionarão a aplicação das reformas fiscais na Itália para evitar o contágio da crise da dívida grega a este peso pesado da Eurozona, disseram nesta sexta-feira autoridades italianas e europeias na reunião do G20 de Cannes.

"A Itália decidiu por conta própria pedir ao FMI para que vigie o cumprimento dessas medidas", declarou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durao Barroso.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, confirmou que a Itália pediu ao FMI para que supervisione as reformas de seu país, mas rejeitou a oferta de ajuda financeira dessa instituição.

Anteriormente, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, já havia indicado que governo da Itália pediu ao FMI que vigiasse a aplicação de suas reformas fiscais.

Nos primeiros rumores neste sentido, uma fonte governamental italiana havia declarado que a Itália não aceitaria essa vigilância formal por parte do FMI quanto a seus compromissos de rigor orçamentário, mas enfatizou que o país estava disposto a pedir conselhos à instituição de Washington.

O presidente mexicano, Felipe Calderón, que assumiu nesta sexta-feira a presidência do G20, defendeu a intervenção do Fundo Monetário Internacional (FMI) em países europeus "com problemas de credibilidade" para criar "uma muralha de contenção" que impeça a propagação da crise grega.

Calderón recordou que seu país solicitou ao FMI direitos especiais de giro de 72 bilhões de dólares após o início da crise em 2008, uma decisão que "permitiu mitigar qualquer dúvida sobre a solidez das finanças mexicanas" e alertou aos países europeus "com problemas de credibilidade" a seguir esse exemplo.

A atenção dos mercados, no entanto, continuam concentradas em Atenas, onde o primeiro-ministro George Papandreou, debilitado por dissidências da maioria socialista, enfrenta uma moção de confiança no Parlamento.

Os Estados Unidos, assim como a China e os demais países emergentes, acentuaram em Cannes as pressões para que os europeus tomem medidas que evitem o contágio da crise grega e uma recessão da economia mundial.

"A Europa tem capacidade de responder à crise da dívida", disse o presidente americano, Barack Obama.

Refletindo a continuidade das preocupações sobre a Eurozona, as principais bolsas europeias fecharam em queda nesta sexta-feira.

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