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Israel triplicou demolições de casas palestinas na Cisjordânia

Foram 86 imóveis postos abaixo pela Administração Civil na região

Cidade de Qalqilya, na Cisjordânia: ONG afirma que 500 palestinos já perderam suas casas (Uriel Sinai/Getty Images)

Cidade de Qalqilya, na Cisjordânia: ONG afirma que 500 palestinos já perderam suas casas (Uriel Sinai/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de março de 2011 às 13h37.

Jerusalém - O Exército israelense demoliu em 2010 o triplo de imóveis do ano anterior na Área C da Cisjordânia - sobre a qual mantém controle civil e militar -, segundo dados da ONG israelense B'Tselem divulgados nesta quarta-feira pelo jornal israelense "Haaretz".

No ano passado, a denominada Administração Civil (corpo militar israelense que administra os assuntos civis na Cisjordânia ocupada) colocou abaixo 86 imóveis, entre estes vários barracos, frente aos 28 lares palestinos que destruiu em 2009.

Segundo B'Tselem, cerca de 500 palestinos, incluídos 223 crianças, perderam suas casas como resultado desta política na Área C, na qual vive 60% da população da Cisjordânia.

"Israel retém controle sobre o planejamento urbanístico na área e é virtualmente impossível para os palestinos conseguir permissões de construção", explicou à Agência Efe a porta-voz de B'Tselem, Sarit Michaeli.

Segundo Michaeli, as autoridades israelenses "investem muitos recursos em promover os assentamentos judaicos nessa zona enquanto impedem o desenvolvimento das comunidades palestinas, às quais impõem inumeráveis impedimentos para crescer e expandir-se, por isso que há um grande fenômeno de construção ilegal".

Michaeli considera que a pior situação ocorre nas comunidades beduínas e nômades no Vale do Jordão e no sul de Hebron, onde "não só aumentaram as demolições, mas também a declaração de terras como 'zona militar fechada' e o assédio aos residentes, que levam a um deslocamento forçado dessas comunidades".

Em declarações ao "Haaretz", o advogado Shlomo Lecker atribui o aumento das demolições à pressão dos colonos judeus que vivem na Cisjordânia e da organização da direita nacionalista Regavin, que se dirige aos tribunais israelenses para pedir que emitam ordens de demolição.

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