Israel sela acordo de paz com mais um país árabe: o Bahrein
Os Emirados Árabes Unidos e Israel anunciaram a normalização de suas relações diplomáticas em 13 de agosto
AFP
Publicado em 11 de setembro de 2020 às 18h05.
Última atualização em 11 de setembro de 2020 às 18h40.
Um mês após o acordo histórico para normalizar as relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou nesta sexta-feira, 11, outro acordo semelhante com o Bahrein, que foi descrito pelos palestinos como uma "facada nas costas".
"Cidadãos de Israel, estou emocionado em anunciar que hoje à noite chegaremos a outro acordo de paz com outro país árabe, o Bahrein. Este acordo se soma à paz histórica com os Emirados Árabes Unidos", disse Netanyahu em um comunicado em hebraico.
O acordo vai aumentar a "segurança, estabilidade e prosperidade" da região, declarou um dos assessores do xeque e ex-chanceler do Bahrein, Khalid al Khalifa.
"Envie uma mensagem positiva e encorajadora ao povo de Israel de que apenas uma paz justa e abrangente com o povo palestino é o melhor caminho", acrescentou ele no Twitter.
A Autoridade Palestina e o movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, denunciaram imediatamente a decisão como uma "facada nas costas" e uma "agressão" à causa palestina.
Desde o início da tarde, a mídia israelense especulava sobre o novo acordo, também anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e confirmado por um alto funcionário do Bahrein.
Esse acordo torna o Bahrein o segundo Estado do Golfo e o quarto país árabe a estabelecer relações diplomáticas com Israel, depois do Egito em 1979 e da Jordânia em 1994.
Uma fonte israelense deu a entender à AFP nesta semana que o acordo com o Bahrein estava perto de ser finalizado.
Pequena monarquia rica em petróleo, o Bahrein participou de uma cerimônia em janeiro em Washington, quando Trump anunciou seu plano de paz para o Oriente Médio, abrindo caminho para a anexação por Israel de partes da Cisjordânia ocupada.
Segundo o acordo de normalização com os Emirados, Israel concordou em suspender seu projeto de anexação na Cisjordânia. Mas Netanyahu enfatizou que o plano continua na mesa.