Manifestantes agitam bandeiras palestinas em frente a um assentamento israelense (Musa al-Shaer/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2014 às 13h54.
Jerusalém - O Ministério das Relações Exteriores de Israel repreendeu nesta segunda-feira o embaixador da Suécia em Tel Aviv, Carl Magnus, pelo anúncio feito na sexta-feira pelo primeiro-ministro sueco, Stefan Löfven, que reconhecerá o Estado da Palestina, informou a imprensa local.
"A reprimenda para a qual foi convocado o embaixador sueco já terminou. Magnus se reuniu com o subdiretor-geral para Assuntos da Europa ocidental, Aviv Shiron, e o chefe da seção do Norte da Europa, Amir Maimon", explicou o jornal "Yedioth Ahronoth" em seu site.
"O embaixador foi repreendido após o discurso do primeiro-ministro, Stefan Löfven, sobre a intenção de seu governo de apoiar o estabelecimento do Estado palestino", acrescentou.
Magnus foi convocado ontem pelo ministro, o ultranacionalista Avigdor Lieberman, que acusou Löfven de "não ter assumido que foram os palestinos que colocaram obstáculos para a paz nos últimos 20 anos".
"O primeiro-ministro sueco precisa entender que qualquer declaração ou qualquer passo de um elemento externo não servirá de alternativa para as negociações diretas entre as duas partes", afirmou Lieberman.
"A solução só deve ser parte de um acordo inclusivo entre Israel e o mundo árabe" acrescentou o ministro em comunicado enviado à imprensa.
Lieberman insinuou que a decisão do primeiro-ministro sueco carece de visão internacional e é, sobretudo, um assunto de prestígio interno.
"Se o que preocupava o primeiro-ministro sueco em seu discurso inaugural era a situação no Oriente Médio, deveria ter focado nos assuntos atuais da região, como o massacre na Síria, no Iraque e em outras partes", afirmou.
Löfven contou no domingo, no entanto, com o apoio da presidente do partido de esquerda "Meretz", Zahava Gal-On, que louvou sua iniciativa e criticou com firmeza a decisão de Lieberman de convocar o embaixador.
A Organização para a Libertação da Palestina (OLP) comemorou no sábado a decisão da Suécia e pediu que outros países seguissem o exemplo de Estocolmo.
"O anúncio da Suécia é um sinal de um compromisso genuíno com a justiça e os requisitos para a paz, entre eles a solução dos dois Estados nas fronteiras de 1967", afirmou Hanan Asrawi, membro do comitê executivo da OLP.
Após saber da decisão sueca, os Estados Unidos afirmaram que consideram "prematuro" o reconhecimento da Palestina como Estado e que esse passo só deve ser tomado quando for concluído o processo de paz com Israel.