Israel: até agora, os representantes palestinos não anunciaram nenhuma mobilizações para sexta-feira (Baz Ratner/Reuters/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de junho de 2018 às 11h34.
Jerusalém - O exército de Israel reforçou suas tropas na fronteira com a Faixa de Gaza nesta terça-feira devido à possibilidade de ocorrerem protestos pelo Dia da Naksa (Catástrofe, em árabe, que os palestinos lembram o início da Guerra dos Seis Dias em 1967), apesar das facções palestinas terem transferido as mobilizações para sexta-feira.
As forças de segurança israelenses se prepararam para uma nova escalada de tensão na cerca de segurança durante o dia de hoje, no qual os palestinos lembram o início da ocupação de seus territórios e para o qual havia convocado protestos, informaram veículos de imprensa.
Ontem, no entanto, as facções representadas no comitê de organização da Grande Marcha do Retorno decidiram transferir os atos para 8 de junho, a última sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadã.
As mobilizações, que devem contar com a presença de milhares de pessoas, levarão o nome de "Sexta-feira de Jerusalém", coincidindo com o aniversário do dia em que as tropas israelenses assumiram o controle da metade oriental da Cidade Sagrada, que hoje segue ocupada.
A guerra ocorrida há 51 anos, entre Israel de um lado e Egito, Jordânia e Síria do outro, acabou em seis dias com a ocupação de Jerusalém Oriental, Cisjordânia, Faixa de Gaza, Colinas de Golã e Península do Sinai, no Egito.
Em 1979, as forças israelenses se retiraram do Sinai após um acordo com o Egito e, em 2005, o governo desmantelou as colônias judaicas estabelecidas em Gaza, mas mantém sua política de expansão na Cisjordânia, com assentamentos onde incentiva o estabelecimento de colonos.
O governo palestino condenou ontem a ocupação que dura mais de meio século e alertou que a política de colonização "foi estabelecida com força".
"O programa ilegal israelense de assentamentos foi estabelecido com força com a demolição de 50 mil estruturas palestinas, o confisco de 6.241 km² de terrenos e o deslocamento de 750 mil palestinos, que foram substituídos por 636.452 colonos em 425 assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental", denunciou o primeiro-ministro palestino, Rami Hamdallah.