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Israel quer reconstruir Gaza e desarmar o Hamas

"Nós precisamos de uma conferência regional, com os egípcios, os sauditas, os Estados do Golfo", disse ministro israelense


	Yair Lapid: não disse como prevê a desmilitarização do Hamas, que prometeu nunca desistir de suas armas
 (Jack Guez/AFP)

Yair Lapid: não disse como prevê a desmilitarização do Hamas, que prometeu nunca desistir de suas armas (Jack Guez/AFP)

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Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2014 às 07h23.

Jerusalém - Israel e os países árabes devem trabalhar juntos para reconstruir a Faixa de Gaza enquanto desarmam os militantes do Hamas que controlam o território, disse o ministro das Finanças israelense, Yair Lapid, neste domingo.

Lapid fez os comentários quase uma semana após Israel e os militantes do Hamas chegarem a um acordo de trégua para dar fim ao conflito mais recente em Gaza, que durou quase dois meses e destruiu a região.

"Nós precisamos de uma conferência regional, com os egípcios, os sauditas, os Estados do Golfo", disse o ministro - membro do partido de centro Yesh Atid - a repórteres. "Essa conferência deveria focar em uma coisa, assegurar que a reabilitação ocorra junto com a desmilitarização."

Ele não esclareceu como prevê a desmilitarização do grupo em Gaza, já que o Hamas prometeu nunca desistir de suas armas.

Lapid também não deixou claro quão receptivos foram os países árabes - alguns deles, como a Arábia Saudita, sem laços formais com Israel - à ideia da conferência. Ele não disse se algum país já havia sido consultado sobre a proposta.

O Hamas, no entanto, reafirmou sua decisão de continuar armado. "Essa é uma demanda estúpida, e ninguém do povo palestino iria concordar com uma coisas dessas. Nossas armas são usadas para defender nosso povo, e esse direito foi garantido pelos céus e pelas leis humanas", criticou o porta-voz do grupo em Gaza, Mushir al-Masri.

Também neste domingo, Israel anunciou que iria começar a expropriar mil acres de terra na Cisjordânia, uma medida que poderia abrir espaço para a construção de um novo assentamento judeu. O Exército israelense fez o anúncio em concordância com um edital do governo.

Os militares informaram que a diretiva foi criada no fim de uma operação militar em junho que procurava três jovens israelenses sequestrados e mortos por militantes do Hamas. O sumiço dos garotos motivou uma cadeia de eventos que culminou com o conflito mais recente entre as duas forças.

Nabil Abu Rdeneh, o porta-voz do presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou a medida israelense e pediu que a decisão seja suspensa. Ele afirmou à agência de notícias palestina WAFA que a decisão "levaria à deterioração da situação".

O Ministério da Habitação de Israel disse que o anúncio era só o primeiro passo do processo e que levaria anos até que qualquer coisa seja construída lá. O Exército afirmou que os oponentes têm até 45 dias para apelar da decisão.

Fonte: Associated Press.

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