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Israel quer construir centenas de casas na Cisjordânia

Segundo a imprensa, além da construção de cerca de 500 novas casas, existe a possibilidade de legalizar outras 130


	Palestino protesta no muro de separação de Israel na Cisjordânia: a colonização é o principal ponto de bloqueio do processo de paz entre Israel e os palestinos
 (Abbas Momani/AFP)

Palestino protesta no muro de separação de Israel na Cisjordânia: a colonização é o principal ponto de bloqueio do processo de paz entre Israel e os palestinos (Abbas Momani/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 11h25.

Jerusalém - Israel quer construir centenas de novas casas nas colônias do norte da Cisjordânia, informou a imprensa local.

De acordo com o jornal Jerusalem Post, além da construção de 538 novas casas na colônia de Itamar, na semana passada foi transmitida às autoridades locais uma demanda para legalizar 137 residências.

O jornal Haaretz cita 537 novas casas e a possibilidade de legalizar outras 130.

O Jerusalem Post também informa sobre a possível construção de 550 casas em Brunchin, uma colônia não autorizada pelo governo de Israel mas que foi legalizada retroativamente em abril de 2012.

A colonização é o principal ponto de bloqueio do processo de paz entre Israel e os palestinos. Os palestinos pedem uma moratória como condição para voltar à mesa de negociações, mas Israel rejeita qualquer tipo de condição prévia.

A comunidade internacional considera ilegais todas as colônias nos territórios palestinos ocupados, independente de terem sido autorizadas ou não pelo governo israelense.

Mais de 360.000 colonos israelenses vivem na Cisjordânia e quase 200.000 nas zonas de colonização de Jerusalém Oriental.

O anúncio de novas residências nas colônias coincide com os esforços nas últimas semanas do secretário de Estado americano, John Kerry, para reativar o processo de paz.


A ONG israelense contrária à colonização Paz Agora afirmou que sabia que as conversações sobre Itamar aconteciam há algum tempo, mas que está surpresa com a magnitude do projeto em Bruchin, que multiplica por 10 o tamanho da colônia, que tem atualmente por volta de 50 residências permanentes.

A Autoridade Palestina exige como condição prévia para a retomada das negociações de paz o congelamento total da colonização, assim como que o governo israelense aceite as fronteiras de 'fato', anteriores à ocupação pelo Estado de Israel, em 1967, de Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental.

"Consideramos que as novas decisões sobre as colônias israelenses na Cisjordânia provocarão o fracasso dos esforços do governo americano", afirmou Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas.

"Esta política de construção de colônias não levará à paz, e sim provocará tensão e instabilidade em nossa região e no mundo", completou.

"Netanyahu responde aos esforços de Kerry intensificando as atividades ilegais de colonização", afirmou na quarta-feira o ministro palestino das Relações Exteriores, Riad al Malki.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ordenou na quarta-feira a anulação de um comunicado sobre o processo de paz com os palestinos por considerar que o texto era muito conciliador, revelou a imprensa do país.

O comunicado, que seria divulgado durante a visita de Netanyahu à Polônia, afirmava que "as medidas unilaterais adotadas por uma ou outra parte são contraproducentes para obter uma paz duradoura", frase que o governo dos Estados Unidos utiliza quando critica os projetos de colonização de Israel.

*Matéria atualizada às 11h24

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