Palestinos se aquecem com fogueira no norte da Faixa de Gaza (Mohammed Salem/Reuters)
EFE
Publicado em 17 de fevereiro de 2017 às 11h45.
Jerusalém - As autoridades de Israel permitirão a entrada de 500 mil litros de combustível na Faixa de Gaza, território que está sob bloqueio israelense desde 2007, para abastecer a única usina elétrica do enclave litorâneo e os postos de gasolina, informou nesta sexta-feira a agência de notícias "Ma'an".
A passagem de mercadorias de Kerem Shalom, entre Israel e a Faixa, foi aberta para permitir a passagem do combustível que é esperado hoje em Gaza, disse Nour al Din al Khazandar, um dos integrantes da União de Proprietários de Postos de Gasolina do território palestino.
Nesta quinta-feira, a instituição de Gaza responsável pelo fornecimento de eletricidade notificou que a usina elétrica funcionou nos último dias apenas com dois geradores "causando confusão no calendário de distribuição de eletricidade", durante um período de alta demanda por causa do frio do inverno.
No mês de janeiro, Gaza sofreu uma grave crise energética que mobilizou milhares de palestinos e fez com que eles fossem para as ruas para protestar contra os cortes de eletricidade, pois só tinham três horas por dia de energia elétrica. As manifestações, no entanto, acabaram com a detenção de cerca de 280 pessoas.
O Catar financiou a chegada de combustível como solução temporária para a situação crítica e a Turquia também se ofereceu para colaborar, mas, de acordo com as autoridades do Hamas em Gaza, existe uma "paralisação" na entrada da ajuda turca.
O Hamas, que controla Gaza, e o movimento nacionalista Fatah, que está estabelecido na Cisjordânia, mantêm uma ruptura política desde que o movimento islamita tomou o poder na Faixa em 2007, uma disputa que até hoje está sem solução, apesar das muitas tentativas de reconciliação que ambas as partes tentaram.
Esta disputa ocasionou problemas de fornecimento pela falta de acordo sobre quem e como deve se pagar o combustível na Faixa, onde, por outro lado, Israel impôs um ferrenho bloqueio quando o Hamas tomou o governo, e passou a controlar o trânsito de mercadorias e combustível que passam pelo cruzamento fronteiriço de Kerem Shalom.
De maneira paulatina, as autoridades israelenses aliviaram parte das restrições, mas continuam havendo impedimentos à livre entrada de materiais e limitações temporárias sobre a quantidade e o tipo de produtos.