O texto foi assinado em 2015 com o Irã pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (Lisi Niesner/Reuters)
AFP
Publicado em 24 de agosto de 2022 às 12h09.
Última atualização em 24 de agosto de 2022 às 13h21.
As potências ocidentais devem "deixar" de negociar para renovar o acordo sobre o programa nuclear iraniano, porque permitirá que o Irã ganhe "bilhões de dólares e desestabilizará" o Oriente Médio, defendeu o primeiro-ministro israelense Yair Lapid nesta quarta-feira, 24.
Inimigo número 1 do Irã, Israel aplaudiu a decisão tomada em 2018 pelo ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump de retirar seu país do acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano.
O texto foi assinado em 2015 com o Irã pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia), além da Alemanha, e buscava garantir a natureza pacífica do programa nuclear de Teerã em troca do levantamento das sanções impostas contra a República Islâmica.
Nos últimos dias, o primeiro-ministro israelense pediu ao presidente francês e ao chefe de governo alemão que não assinasse um acordo com o Irã.
"Eu disse a eles que essas negociações chegaram a um ponto em que deveriam ser interrompidas", declarou nesta quarta-feira, assegurando que Israel "não é contra um acordo por definição, mas contra esse acordo".
"O que está atualmente na mesa é um mau negócio. Isso dará ao Irã US$ 100 bilhões por ano", disse Lapid, sem explicar em que se baseava esse número. "Esse dinheiro não será usado para construir escolas ou hospitais, mas será usado para desestabilizar o Oriente Médio... fortalecendo o Hezbollah, o Hamas e a Jihad Islâmica", acrescentou.
Washington indicou recentemente que Teerã se dispôs a fazer concessões durante as negociações para restaurar o pacto.
Segundo um funcionário de alto escalão do governo dos Estados Unidos, o Irã não é mais contra certas inspeções da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), apesar de já ter exigido que a agência da ONU pare de inspecionar locais não declarados onde foram encontrados restos de urânio enriquecidos.
Além disso, Teerã também abandonou outra exigência: que a Guarda Revolucionária, seu exército ideológico, não seja mais chamado de "terrorista".
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