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Israel muda posição e passa a defender deposição de Assad

Embaixador disse a jornal que mesmo a vitória de rebeldes aliados da Al Qaeda seria preferível à atual aliança de Damasco com o Irã

Michael Oren: "sempre quisemos que Bashar al-Assad fosse embora, sempre preferimos os caras malvados que não são apoiados pelo Irã" (Jay Mallin/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2013 às 10h51.

Jerusalém - Israel deseja a derrubada do presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse nesta terça-feira o embaixador do Estado judeu em Washington, abandonando a neutralidade pública do país com relação à guerra civil na nação vizinha.

O embaixador Michael Oren disse ao jornal Jerusalem Post que mesmo a vitória de rebeldes aliados da Al Qaeda seria preferível à atual aliança de Damasco com o Irã, país inimigo de Israel.

Síria e Israel são inimigos há décadas, mas a situação na última década é de estabilidade, e eventualmente os israelenses propuseram negociações de paz com Assad na esperança de afastá-lo do Irã e da guerrilha xiita libanesa Hezbollah.

Até agora, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, evitou defender abertamente a queda de Assad. Alguns funcionários israelenses temem que radicais sunitas inimigos de Assad acabem tomando o poder e se voltando contra Israel.

Mas, num momento em que Assad está sob condenação ocidental pelo suposto uso de armas químicas contra civis, Oren disse que Israel deseja uma mudança de regime.

"Sempre quisemos que Bashar al-Assad fosse embora, sempre preferimos os caras malvados que não são apoiados pelo Irã aos caras malvados que são apoiados pelo Irã", disse Oren em trechos da entrevista divulgados nesta terça-feira. A íntegra será publicada na sexta-feira.


O embaixador argumentou que a queda de Assad também enfraqueceria a aliança do Irã com o Hezbollah. "O maior perigo para Israel é por causa do arco estratégico que se estende de Teerã a Damasco e Beirute. E vimos o regime de Assad como pedra angular desse arco." Oren disse que os rebeldes anti-Assad são menos radicais que os islamitas. Israel acredita que cerca de 10 por cento dos rebeldes presentes na Síria sejam militantes sunitas interessados em destruir o Estado judeu. Já Assad pertence à seita alauíta, uma variação do islamismo xiita, mais próximo portanto do Irã e do Hezbollah.

Na entrevista, Oren --que é confidente de Netanyahu-- não disse se Israel está ou não promovendo ativamente a queda de Assad.

Netanyahu costuma dizer que o programa nuclear iraniano é a maior ameaça da atualidade a Israel e ao mundo. Os EUA e seus aliados acusam Teerã de tentar desenvolver armas atômicas, o que a República Islâmica nega.

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Jerusalém - Israel deseja a derrubada do presidente da Síria, Bashar al-Assad, disse nesta terça-feira o embaixador do Estado judeu em Washington, abandonando a neutralidade pública do país com relação à guerra civil na nação vizinha.

O embaixador Michael Oren disse ao jornal Jerusalem Post que mesmo a vitória de rebeldes aliados da Al Qaeda seria preferível à atual aliança de Damasco com o Irã, país inimigo de Israel.

Síria e Israel são inimigos há décadas, mas a situação na última década é de estabilidade, e eventualmente os israelenses propuseram negociações de paz com Assad na esperança de afastá-lo do Irã e da guerrilha xiita libanesa Hezbollah.

Até agora, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, evitou defender abertamente a queda de Assad. Alguns funcionários israelenses temem que radicais sunitas inimigos de Assad acabem tomando o poder e se voltando contra Israel.

Mas, num momento em que Assad está sob condenação ocidental pelo suposto uso de armas químicas contra civis, Oren disse que Israel deseja uma mudança de regime.

"Sempre quisemos que Bashar al-Assad fosse embora, sempre preferimos os caras malvados que não são apoiados pelo Irã aos caras malvados que são apoiados pelo Irã", disse Oren em trechos da entrevista divulgados nesta terça-feira. A íntegra será publicada na sexta-feira.


O embaixador argumentou que a queda de Assad também enfraqueceria a aliança do Irã com o Hezbollah. "O maior perigo para Israel é por causa do arco estratégico que se estende de Teerã a Damasco e Beirute. E vimos o regime de Assad como pedra angular desse arco." Oren disse que os rebeldes anti-Assad são menos radicais que os islamitas. Israel acredita que cerca de 10 por cento dos rebeldes presentes na Síria sejam militantes sunitas interessados em destruir o Estado judeu. Já Assad pertence à seita alauíta, uma variação do islamismo xiita, mais próximo portanto do Irã e do Hezbollah.

Na entrevista, Oren --que é confidente de Netanyahu-- não disse se Israel está ou não promovendo ativamente a queda de Assad.

Netanyahu costuma dizer que o programa nuclear iraniano é a maior ameaça da atualidade a Israel e ao mundo. Os EUA e seus aliados acusam Teerã de tentar desenvolver armas atômicas, o que a República Islâmica nega.

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