Ativista segura bandeira palestina: trata-se do segundo grupo de presos de um total de 104 que Israel se comprometeu a libertar (Mohamad Torokman/Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2013 às 10h01.
Jerusalém - O ministro de Assuntos dos Prisioneiros da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Issa Qaraqe, anunciou nesta quarta-feira que Israel deverá libertar um novo grupo de presos palestinos no dia 29 de outubro.
Trata-se do segundo grupo de presos de um total de 104 que Israel se comprometeu a libertar antes dos Acordos de Oslo (1993) como um gesto para assegurar o reatamento das negociações de paz no final de julho.
Em meados de agosto, Israel pôs em liberdade o primeiro grupo de 26 presos, em sua maioria condenados por crimes de sangue, ou seja, por ter participado ou colaborado com ataques que resultaram na morte de israelenses.
O governo do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se comprometeu a dar liberdade aos presos até o próximo mês de março e em quatro fases, de acordo com o avanço do processo de negociação com os palestinos.
Em troca, os palestinos concordaram em não recorrer aos organismos vinculados à ONU, incluindo o Tribunal Penal Internacional, durante os meses de diálogo direto patrocinado pelos Estados Unidos, que tem o objetivo de firmar um acordo de paz definitivo entre as duas partes.
Apesar de ter anunciado a libertação do segundo grupo de presos, Qaraqe alertou que Israel segue se negando a divulgar à ANP os nomes dos reclusos que supostamente serão libertados no próximo grupo ou cooperar para estabelecer quais devem ser libertados primeiro.
De acordo com o jornal "Ha"aretz", Israel rejeitou uma solicitação da ANP e do governo americano para que o segundo grupo de presos fosse libertado duas semanas antes do previsto, em coincidência com a festividade muçulmana do sacrifício, que será iniciada no próximo domingo.
Nas últimas semanas, deputados e ministros do governo israelense defenderam abertamente a suspenção da libertação dos presos palestinos após o assassinato de dois soldados na Cisjordânia, supostamente cometidos por palestinos.
Cerca de 5 mil palestinos seguem em prisões israelenses, sendo que mais da metade dos detentos são do Fatah, 22% do Hamas, 10% da Jihad Islâmica, 7% da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e 2% da Frente Democrática para a libertação da Palestina (FDLP), segundo a agência oficial palestina "Wafa".