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Israel elege presidente conservador

O Parlamento israelense elegeu o conservador Reuven Rivlin, do Partido Likud, como 10º presidente de Israel

Reuven Rivlin, eleito presidente de Israel: "acho que os deputados ouviram o sentimento do povo" (Ronen Zvulun/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 13h41.

Jerusalém - O Parlamento israelense elegeu nesta terça-feira, em segundo turno, o conservador Reuven Rivlin, do Partido Likud, como 10º presidente de Israel , em substituição ao chefe de Estado Shimon Peres, anunciou o presidente da câmara.

Yuli Edelstein, presidente da Knesset, anunciou que Rivlin venceu com 63 votos seu adversário, o centrista Meir Sheetrit, que recebeu o apoio de 53 dos 120 deputados do parlamento.

"Acho que os deputados ouviram o sentimento do povo", declarou o presidente eleito à televisão estatal, referindo-se às pesquisas que há semanas o apontavam como vencedor.

Rivlin, conhecido pelo caráter afável e por seu extravagante senso de humor, faz parte da ala mais radical do Likuk e rejeita a criação de um Estado palestino e apoia a política de colônias nos territórios palestinos ocupados.

Advogado de profissão e com 74 anos, também é famoso por sua defesa da democracia e dos direitos civis , que lhe valeram o respeito da esquerda e, inclusive, da minoria árabe israelense.

Duas vezes presidente do Parlamento, ele substituirá Peres, que, com seu carisma e popularidade, aproveitou os sete anos de mandato para promover uma mensagem a favor da paz.

Os outros três aspirantes à presidência, o Nobel de Química Dan Shechtman, a ex-presidente do Parlamento Dalia Itzik e a ex-juíza do Tribunal Supremo Dalia Dornerm, foram eliminados na primeira votação.

Um sexto candidato inicial, o trabalhista Binyamin Ben Eliezer, teve de se retirar da disputa por acusações de corrupção.

Os analistas consideram que a saída de Peres implicará uma mudança de rumo na presidência, que priorizará os assuntos internos do país e não a política internacional.


"Rivlin não será o presidente do Estado de Israel, e sim da 'Grande Israel'. Aproveitará o cargo de presidente para fazer avançar a colonização na Cisjordânia", lamentou recentemente um analista do jornal de esquerda Haaretz.

Mudança de rumo

Apesar de suas diferenças públicas, Rivlin recebeu finalmente o apoio do primeiro-ministro e companheiro de partido, Benjamin Netanyahu, que havia tentado convencer o Prêmio Nobel da Paz e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel a se candidatar para o cargo contra ele.

A função de presidente é basicamente protocolar em Israel, já que o poder executivo está nas mãos do chefe de Governo.

Apesar disso, Shimon Peres, de 90 anos, soube utilizar seus sete anos de mandato para promover uma mensagem a favor da paz e em várias ocasiões rompeu sua neutralidade institucional a ponto de ser visto como o único opositor de Netanyahu.

"A eleição do décimo presidente israelense anuncia uma mudança de rumo na presidência, que passará da política internacional aos assuntos internos", previu, antes da votação, o jornal Haaretz.

Peres, que deixará a presidência no final de julho, expressou a todo momento sua opinião em questões sensíveis como o processo de paz com os palestinos, as relações estratégicas com seu aliado americano ou o programa nuclear iraniano.

Nesta linha, o Nobel da Paz 1994 acusou publicamente no mês passado Netanyahu de ter feito fracassar, em 2011, o acordo de paz negociado em segredo com os palestinos.

"Temos que assumir que o próximo presidente não será como Peres. A presidência voltará a sua função natural, de representação e protocolar", afirmou o respeitado analista Nahum Barnea.

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Yuli Edelstein, presidente da Knesset, anunciou que Rivlin venceu com 63 votos seu adversário, o centrista Meir Sheetrit, que recebeu o apoio de 53 dos 120 deputados do parlamento.

"Acho que os deputados ouviram o sentimento do povo", declarou o presidente eleito à televisão estatal, referindo-se às pesquisas que há semanas o apontavam como vencedor.

Rivlin, conhecido pelo caráter afável e por seu extravagante senso de humor, faz parte da ala mais radical do Likuk e rejeita a criação de um Estado palestino e apoia a política de colônias nos territórios palestinos ocupados.

Advogado de profissão e com 74 anos, também é famoso por sua defesa da democracia e dos direitos civis , que lhe valeram o respeito da esquerda e, inclusive, da minoria árabe israelense.

Duas vezes presidente do Parlamento, ele substituirá Peres, que, com seu carisma e popularidade, aproveitou os sete anos de mandato para promover uma mensagem a favor da paz.

Os outros três aspirantes à presidência, o Nobel de Química Dan Shechtman, a ex-presidente do Parlamento Dalia Itzik e a ex-juíza do Tribunal Supremo Dalia Dornerm, foram eliminados na primeira votação.

Um sexto candidato inicial, o trabalhista Binyamin Ben Eliezer, teve de se retirar da disputa por acusações de corrupção.

Os analistas consideram que a saída de Peres implicará uma mudança de rumo na presidência, que priorizará os assuntos internos do país e não a política internacional.


"Rivlin não será o presidente do Estado de Israel, e sim da 'Grande Israel'. Aproveitará o cargo de presidente para fazer avançar a colonização na Cisjordânia", lamentou recentemente um analista do jornal de esquerda Haaretz.

Mudança de rumo

Apesar de suas diferenças públicas, Rivlin recebeu finalmente o apoio do primeiro-ministro e companheiro de partido, Benjamin Netanyahu, que havia tentado convencer o Prêmio Nobel da Paz e sobrevivente do Holocausto Elie Wiesel a se candidatar para o cargo contra ele.

A função de presidente é basicamente protocolar em Israel, já que o poder executivo está nas mãos do chefe de Governo.

Apesar disso, Shimon Peres, de 90 anos, soube utilizar seus sete anos de mandato para promover uma mensagem a favor da paz e em várias ocasiões rompeu sua neutralidade institucional a ponto de ser visto como o único opositor de Netanyahu.

"A eleição do décimo presidente israelense anuncia uma mudança de rumo na presidência, que passará da política internacional aos assuntos internos", previu, antes da votação, o jornal Haaretz.

Peres, que deixará a presidência no final de julho, expressou a todo momento sua opinião em questões sensíveis como o processo de paz com os palestinos, as relações estratégicas com seu aliado americano ou o programa nuclear iraniano.

Nesta linha, o Nobel da Paz 1994 acusou publicamente no mês passado Netanyahu de ter feito fracassar, em 2011, o acordo de paz negociado em segredo com os palestinos.

"Temos que assumir que o próximo presidente não será como Peres. A presidência voltará a sua função natural, de representação e protocolar", afirmou o respeitado analista Nahum Barnea.

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