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Israel e Hezbollah trocam acusações sobre violações a cessar-fogo após incidentes no sul do Líbano

Militares israelenses afirmam que suspeitos armados teriam entrado em áreas proibidas no sul do país, enquanto representante do grupo xiita menciona disparos contra a população civil

Agência o Globo
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Publicado em 28 de novembro de 2024 às 10h16.

Última atualização em 28 de novembro de 2024 às 10h27.

As Forças Armadas de Israel e o Hezbollah trocaram acusações sobre violações ao acordo de cessar-fogo no Líbano nesta quinta-feira, no dia seguinte a entrada em vigor da trégua, após militares do Estado judeu realizarem disparos com tanques e drones no sul do país. As ações foram apontadas por integrantes do movimento libanês como um descumprimento dos termos estabelecidos, enquanto o Exército israelense argumentou que apenas respondeu a violações prévias cometidas pelo inimigo.

Os militares israelenses afirmaram em um comunicado que abriram fogo contra suspeitos na área de Markaba, no sul do país, após eles retornarem à região, alguns deles em veículos. A nota não detalhou quem seriam os alvos ou quais seriam as suspeitas sobre eles, mas afirma que os disparos teriam sido de "advertência". O jornal libanês L'Orient Today noticiou que disparos também foram efetuados nas regiões de Taybeh, Khiam and Rmeish — incluindo uma ação realizada com drone.

Ao final de uma sessão do Parlamento libanês, Hassan Fadlallah, um deputado ligado ao Hezbollah, afirmou que Israel atirou contra civis que retornavam para suas casas, classificando as ações como uma violação do acordo.

"O inimigo israelense está atacando aqueles que retornam para as aldeias da fronteira. Há violações [cometidas] por Israel hoje", disse Fadlallah.

Um fonte de segurança libanesa ouvida pelo L'Orient também afirmou que os alvos dos disparos seriam civis. Ao menos duas pessoas teriam ficado feridas.

O Exército israelense emitiu um comunicado na manhã desta quinta, confirmando os incidentes no sul do país. Conforme o texto, as tropas dispararam em suspeitos "identificados chegando nas últimas horas a várias áreas no sul do Líbano, alguns com veículos, , constituindo uma violação". Os militares ainda afirmaram que mantêm suas posições para garantir a implementação do acordo, conforme os termos definidos.

O formato que permitiu que o acordo prevê um período de 60 dias de trégua nas hostilidades entre os grupos — que o premier de Israel, Benjamin Netanyahu, antecipou que poderia se estender em caso de cumprimento e restabelecimento da segurança. Para isso, o Hezbollah deve se retirar de todos os territórios ao sul do rio Litani, e o Exército do Líbano e as tropas internacionais da Unifil devem preencher o vazio. As tropas israelenses também recuariam para seu lado da fronteira — o que comandantes militares afirmaram que só vai ocorrer quando for avaliado que o mecanismo está funcionando.

O Exército libanês começou a mobilizar tropas e tanques pelo sul do país. Uma fonte militar ouvida em anonimato pela AFP afirmou que as tropas se concentram neste momento em estabelecer postos de controle e realizar patrulhas ao sul do rio Litani, embora não estejam atuando nas áreas ainda ocupadas pelos soldados israelenses.

Por enquanto, não há sinal de retirada das tropas israelenses. Em um pronunciamento, o principal porta-voz militar do país, Daniel Hagari, afirmou que suas fileiras ainda mantém a capacidade de operar no território libanês.

"Nós controlamos posições no sul do Líbano, nossos aviões continuam voando no espaço aéreo libanês", afirmou.

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