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Israel dissolve Parlamento e convoca novas eleições para 1º de novembro

A dissolução foi aprovada por 92 votos a favor e nenhum contrário

Objetivo da coalizão era acabar com 12 anos ininterruptos de governo do direitista Benjamin Netanyahu (Ilia Yefimovich/picture alliance/Getty Images)
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AFP

Publicado em 30 de junho de 2022 às 08h48.

Os deputados israelenses dissolveram nesta quinta-feira o Parlamento e abriram o caminho para novas eleições legislativas , a quinta vez que o país comparecerá as urnas em menos de quatro anos, e para a nomeação a partir de meia-noite do chefe da diplomacia Yair Lapid como primeiro-ministro interino.

A dissolução foi aprovada por 92 votos a favor e nenhum contrário, de um total de 120 cadeiras no Parlamento. Antes da votação, os deputados estabeleceram 1º de novembro com a data para as próximas legislativas.

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A dissolução encerra o breve governo de um ano do primeiro-ministro Naftali Bennett, que liderou uma coalizão de oito partidos (direita, esquerda e centro), que incluiu pela primeira vez uma formação árabe, algo histórico em Israel.

O principal objetivo da coalizão era acabar com 12 anos ininterruptos de governo do direitista Benjamin Netanyahu , mas também formar um Executivo, algo que havia sido impossível após as três eleições anteriores, muito acirradas.

Horas antes da dissolução do Parlamento - prevista inicialmente para quarta-feira à noite e adiada para quinta-feira por atrasos em outras votações -, Bennet anunciou que não será candidato nas próximas eleições.

Ele transmitirá o cargo de primeiro-ministro a Lapid às 00h00 locais (18h00 de Brasília).

Perda da maioria

O acordo de coalizão incluía uma alternância no poder e uma cláusula que estabelecia que Lapid seria o primeiro-ministro interino até a formação de um novo governo em caso de dissolução do Parlamento

Um ano após a assinatura do acordo histórico, a coalizão perdeu a maioria na Câmara e Bennett anunciou na semana passada a intenção de dissolver o Parlamento para convocar novas eleições.

Em 6 de junho, a oposição provocou um revés para a coalizão Bennett-Lapid, ao reunir maioria contra a renovação de uma "lei dos colonos", um dispositivo que a Câmara deve aprovar a cada cinco anos.

Esta lei deveria ser renovada até 30 de junho, pois em caso contrário os colonos da Cisjordânia - território palestino ocupado por Israel desde 1967 - corriam o risco de perder a proteção legal com base no direito israelense.

Bennett, fervoroso defensor das colônias, ilegais para o direito internacional, não poderia correr o risco de provocar uma situação caótica e preferiu encerrar o seu governo.

"Unidade israelense"

"O que precisamos agora é voltar ao conceito de unidade israelense e não deixar que as forças da sombra nos dividam", declarou na semana passada Lapid, que será primeiro-ministro a partir de sexta-feira.

O jornalista e ex-astro da TV ocupará ao mesmo tempo os cargos de chefe de Governo e ministro das Relações Exteriores, enquanto se prepara para as eleições.

Em meados de julho, Lapid receberá em Israel o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em sua primeira visita ao Oriente Médio desde que chegou à Casa Branca.

No cenário interno, ele enfrentará o líder da oposição e do partido Likud, Benjamin Netanyahu, de 72 anos, julgado por corrupção em vários processos, que deseja retornar ao posto de primeiro-ministro.

"A experiência (da coalizão) fracassou", declarou Netanyahu. "Isto é o que acontece quando se reúne uma falsa extrema-direita com a esquerda radical, tudo isto misturado com a Irmandade Muçulmana", acrescentou.

"Teremos outro governo Lapid que será um fracasso ou um governo de direita liderado por nós? Nós somos a única alternativa! Um governo forte, nacionalista e responsável", declarou Netanyahu, iniciando de maneira antecipada a campanha eleitoral.

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