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Israel ameaça aumentar resposta se protestos violentos em Gaza continuarem

Milhares de palestinos foram ontem (30) para a fronteira que separa Gaza de Israel exigindo o direito ao retorno às terras que tiveram que deixar

Protesto palestino em Gaza (Mohammed Salem/Reuters)

Protesto palestino em Gaza (Mohammed Salem/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de março de 2018 às 12h53.

Israel aumentará a intensidade de sua resposta caso os protestos violentos na Faixa de Gaza, junto à fronteira comum, continuem a acontecer, afirmou neste sábado (31) a jornalistas o porta-voz do exército israelense, brigadeiro-general Ronen Menelis.

"Se o Hamas pretende continuar assim e transformar a cerca (da fronteira com Israel) em um lugar de eventos violentos diários até o dia 15 de maio (quando os organizadores devem terminar as manifestações da chamada Grande Marcha do Retorno), não vamos permitir esse jogo de pingue-pongue, eles cometendo atos terroristas camuflados de protestos e nós reagindo. Iremos além para acabar com a violência", disse Menelis.

O porta-voz também ressaltou que o exército israelense tinha limitado sua resposta àqueles que ontem tentavam ultrapassar a fronteira. "A infiltração em outro país soberano é algo que nenhum país tolera, e nós também não", declarou.

Milhares de palestinos foram ontem (30) para a fronteira que separa Gaza de Israel - mais de 30 mil, segundo o exército, e 40 mil, de acordo com fontes palestinas - exigindo o direito ao retorno dos palestinos às terras que tiveram que deixar ou das quais foram expulsos durante a Guerra de Independência israelense de 1948.

O Ministério da Saúde do Hamas disse hoje que 15 pessoas morreram e 1.400 ficaram feridas - cerca de 800 atingidas por tiros -, e Manelis argumentou que todos os que morreram o foram porque estavam cometendo ações violentas durante os protestos.

"Ontem enfrentamos uma manifestação violenta e terrorista em seis pontos ao longo da fronteira", disse o porta-voz, garantindo que o exército usou "fogo dirigido" onde havia tentativas de violar a cerca de segurança.

Manelis afirmou que "quase todos os mortos eram homens de 18 a 30 anos, muitos deles eram conhecidos e pelo menos dois eram membros de um comando do Hamas".

Os confrontos de ontem foram os mais letais desde a guerra de Gaza de 2014. O exército israelense usou fogo real, balas de borracha e gás lacrimogêneo (lançados a partir de drones) para evitar que os milhares de cidadãos de Gaza se aproximassem da cerca de fronteira.

O exército disse que os manifestantes lançaram bombas incendiárias e pneus em chamas em direção aos soldados e que houve um episódio no qual foram utilizadas armas de fogo.

Ontem à noite, os líderes do Hamas pediram aos manifestantes para se retirarem da volátil região de fronteira até o dia seguinte.

Durante a noite houve três lançamentos de projéteis realizado em Gaza tendo Israel como alvo, confirmou o porta-voz militar, mas os foguetes não atingiram o território israelense.

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