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Israel acelera a construção da cerca na fronteira com o Egito

Projeto começou no ano passado e tinha como objetivo controlar a emigração ilegal em massa

Fronteira entre o Egito e Israel: israelenses temem Irmandade Muçulmana no poder (Wikimedia Commons)

Fronteira entre o Egito e Israel: israelenses temem Irmandade Muçulmana no poder (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 11h57.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2017 às 16h57.

Jerusalém - Israel acelerou a construção da cerca para proteger sua fronteira com o Egito, trabalho que espera terminar antes do previsto por conta dos protestos no país vizinho, o primeiro país árabe a selar a paz com o Estado Judeu.

Apesar de a paz entre Israel e Egito ter sofrido vários altos e baixos em mais de três décadas e de o Governo judeu dizer que detectou a presença da Al Qaeda no Sinai, a divisa entre os países, de mais de 200 quilômetros, carecia de cercas ou obstáculos.

O projeto começou no ano passado e tinha como objetivo resistir a emigração ilegal em massa.

No entanto, hoje o cenário é outro e o Executivo israelense, assim como altos comandantes militares, não escondem o medo de o regime do presidente egípcio Hosni Mubarak cair, abrindo caminho no poder para os opositores islamitas Irmandade Muçulmana.

O diretor do Ministério da Defesa, Udi Shaní, visitou esta semana a zona fronteiriça para inspecionar os progressos no terreno, três meses depois de começar a construção da cerca.

O projeto, anunciado em 2008 e cujo custo supera os 271 milhões de euros, devia acabar em meados de 2013.

Segundo o ritmo atual de construção, será finalizado, no entanto, no final de 2012, informou a rádio pública israelense.

Shaní ressaltou que o número de imigrantes ilegais que entraram em Israel no mês passado se reduziu "significativamente" e relacionou esse descenso ao levantamento popular que paralisa o Egito desde 25 de janeiro.

O Governo israelense autorizou na semana passada o desdobramento na Península do Sinai de tropas egípcias, um fato sem precedentes desde a assinatura em 1979 do tratado de paz entre as nações.


O destacamento de soldados egípcios tem por missão impedir distúrbios como os que mataram 12 beduínos nas imediações da fronteira com Gaza, dias após explodir a revolta no Cairo.

Por outra parte, o chefe das Forças Armadas de Israel, general Gabi Ashkenazi, advertiu na segunda-feira passada na Conferência de Herzliya que seu Exército deve estar preparado para lutar em diferentes frentes.

"Israel está no meio desta realidade. Temos que estar preparados para combater em mais de uma frente", disse o responsável pelo Exército, que deixa o cargo no dia 14 de fevereiro.

O chefe do Estado-Maior não descartou a possibilidade de que os protestos no Egito se propaguem pela região e estimulou o aumento dos esforços em matéria de inteligência.

"Devemos colocar ênfase na inteligência para perceber os alvos antes", comentou ao se referir ao fato de que o corpo de inteligência militar não previu as revoltas populares no país vizinho.

"Não só devemos praticar e treinar, mas estar preparados para uma guerra convencional", disse Ashkenazi.

À par da revolta no Egito e das previsões militares, Israel continua sem descanso levantando a cerca na fronteira.

A barreira só será instalada nos lances de fácil acesso a pé, enquanto ficarão sem obstáculos nas partes em que o relevo torna extremamente difícil que uma pessoa possa atravessar a fronteira.

Será uma cerca em algumas regiões - principalmente nas imediações do Mar Vermelho e da cidade turística de Eilat - e em outros lances os obstáculos consistirão em torres de vigilância, sensores, alambrados e sistemas de alarme.

O "Canal 1" da televisão israelense mostrou esta semana imagens nas quais era possível ver um alambrado de espinhos enrolado em uma das seções da divisória.

A fronteira entre Israel e Egito tinha se transformado em uma importante rota para a entrada ilegal de africanos de países como o Sudão e Eritréia, solicitantes de esilo, tráfico de pessoas para prostituição e contrabando de drogas, sendo o único pedaço de território que une África e Ásia.

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