Mundo

Islamitas tunisianos se reúnem para nomear novo premier

A reunião do conselho consultivo da Ennahda, formado por 130 membros, começou na tarde desta quinta-feira em um hotel da periferia da capital, fechado à imprensa


	Hamad Jebali (e) e Ali Larrayedh reúnem-se em Túnis: Jebali anunciou na terça-feira sua demissão, depois que seu partido rejeitou a proposta de formar um governo tecnocrata
 (AFP/ Fethi Belaid)

Hamad Jebali (e) e Ali Larrayedh reúnem-se em Túnis: Jebali anunciou na terça-feira sua demissão, depois que seu partido rejeitou a proposta de formar um governo tecnocrata (AFP/ Fethi Belaid)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2013 às 19h40.

Túnis - O partido islamita Ennahda, no poder na Tunísia, celebrou uma reunião esta quinta-feira para nomear o sucessor do premier Hamadi Jebali, que se negou a permanecer no cargo após fracassar sua iniciativa de formar um gabinete tecnocrata.

Jebali fez esta proposta para tirar o país da grave crise política provocada pelo assassinato, em 6 de fevereiro, do opositor antiislamita Chokri Belaid. O ministério do Interior anunciou nesta quinta avanços na investigação.

A reunião do conselho consultivo da Ennahda, formado por 130 membros, começou na tarde desta quinta-feira em um hotel da periferia da capital, fechado à imprensa.

"Há quatro candidatos ao cargo de primeiro-ministro: Ali Larrayedh (atual ministro do Interior), Mohamed Ben Salem (Agricultura), Nureddin Bhiri (Justiça) e Abdellatif Mekki (Saúde)", declarou um porta-voz do Ennahda, Mongi Gharbi.

O partido anunciou mais tarde que Jebali "se desculpou por não poder aceitar sua oferta de ser candidato do partido ao cargo de chefe de governo".

O partido destacou em um comunicado que "está realizando consultas internamente e com seus sócios para apresentar ao presidente da República o nome do sucessor de Jebali antes que termine a semana".


Jebali anunciou na terça-feira sua demissão, depois que seu partido rejeitou a proposta de formar um governo tecnocrata para sair de uma crise política exacerbada pelo assassinato, em 6 de fevereiro, do opositor Chokri Belaid.

O jornal Le Temps advertiu esta quinta-feira contra a tentação de nomear um "radical" do Ennahda como premier, avaliando que esta decisão poderia "alimentar a tensão e mergulhar ainda mais o país na crise".

Valendo-se de sua maioria na Assembleia Nacional Constituinte, o Ennahda pode impor ao governo sua eleição, mas está tentando obter o maior consenso político possível.

Por enquanto pode contar com o Congresso pela República, partido do presidente, que manifestou esta quinta-feira a disposição de entrar no próximo governo.

Dois anos depois da revolução, a Constituinte segue sem redigir a nova Constituição, um passo indispensável para a celebração de eleições.

Ainda persistem os problemas do desemprego e da pobreza nas regiões desfavorecidas, que precisamente alimentaram a revolução de 2011 contra o presidente Zine El Abidine Ben Ali.


Esta quinta-feira, em um tiroteio em Sidi Buzid, berço da revolução contra Ben Ali, dois policiais ficaram feridos em um confronto com supostos salafistas, segundo uma fonte médica.

O tiroteio ocorreu quando, após uma perseguição, os agentes encurralaram quatro homens armados em uma mesquita do centro da cidade, bastião deste grupo radical acusado de muitos incidentes em todo o país.

Na sequência disto, foi anunciada também nesta quinta-feira a descoberta de um esconderijo de armas e a prisão de treze suspeitos de pertencer ao movimento salafista.

Por outro lado, enquanto a família de Chokri Belaid não para de acusar o Ennahda de ser o mandante de seu assassinato, o ministro tunisiano do Interior, Ali Larayedh, anunciou esta quinta-feira a prisão de vários suspeitos, sem dar mais detalhes devido ao sigilo do processo.

"A investigação não conseguiu ainda identificar o assassino, nem quem está por trás do assassinato e suas motivações", acrescentou Larayedh.

Acompanhe tudo sobre:PolíticaPrimavera árabeTunísia

Mais de Mundo

Drones sobre bases militares dos EUA levantam preocupações sobre segurança nacional

Conheça os cinco empregos com as maiores taxas de acidentes fatais nos EUA

Refugiados sírios tentam voltar para casa, mas ONU alerta para retorno em larga escala

Panamá repudia ameaça de Trump de retomar o controle do Canal