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Irmandade protesta em 1º dia de trabalho de governo egípcio

Manifestantes islâmicos portavam exemplares do Alcorão e retratos de Mursi e exigiam que este seja reintegrado ao cargo

Manifestantes pedem retorno de Mursi: protesto desta quarta-feira foi em grande parte pacífico, embora tenham ocorrido brigas quando a multidão seguia pelo centro da cidade (Mohamed Abd El Ghany/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2013 às 14h25.

Cairo - Milhares de seguidores do presidente egípcio recém-deposto, Mohamed Mursi , fizeram nesta quarta-feira uma manifestação diante do gabinete do primeiro-ministro e saíram em passeata pelo Cairo em protesto contra o governo apoiado pelos militares, que cumpriu seu primeiro dia de trabalho.

Manifestantes islâmicos portavam exemplares do Alcorão e retratos de Mursi, em meio ao forte calor do meio-dia diante dos principais edifícios governamentais, e exigiam que Mursi seja reintegrado ao cargo, do qual foi destituído pelos militares. Eles gritavam "Deus é Grande!", "Abaixo o regime militar!" e "Todos nós somos Mursi!".

A crise no Egito, país onde se localiza o Canal de Suez e que tem um acordo de paz com Israel, vem alarmando seus aliados no Ocidente. A chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, é a mais recente figura internacional a visitar os governantes interinos do Egito.

Ao contrário de um representante do governo dos EUA, que esteve no país dois dias atrás, esperava-se que ela se reunisse com dirigentes da Irmandade Muçulmana, instituição a que Mursi pertence.

"Estou indo ao Egito para reforçar nossa mensagem de que é preciso haver um processo político plenamente inclusivo, incorporando todos os grupos que apoiam a democracia", declarou Ashton em um comunicado antes da viagem. "Vou ressaltar que o Egito precisa retomar o mais rapidamente possível à sua transição democrática." Primeiro presidente escolhido em eleições livres no Egito, Mursi foi deposto duas semanas atrás pelo Exército, que acusou depois os partidários dele de incitarem manifestações armadas perto de bases militares.

No entanto, o protesto desta quarta-feira foi em grande parte pacífico, embora tenham ocorrido brigas quando a multidão seguia pelo centro da cidade ao longo das margens do rio Nilo e foi parada pela polícia ao se aproximar da praça Tahrir, foco de manifestações anti-Mursi.

"Nós só temos duas metas: legitimidade e martírio", disse Ahmed Ouda, de 27 anos. Um outro homem o interrompeu para acrescentar: "Martírio pacífico!".

Um pequeno grupo de jovens com capacetes e armados de bastões tentou atacar os seguidores da Irmandade que estavam sendo afastados da área pela polícia. Por fim, a multidão se dispersou.

Um governo interino tomou posse na terça-feira, formado por 33 ministros, na maioria tecnocratas e liberais. Nenhum deles provém dos dois principais grupos islâmicos que venceram cinco eleições seguidas desde que um levante em 2011 derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak.

"Será que ele acredita em si mesmo? Alguém acredita?", indagou no Facebook Essam El-Erian, um líder da Irmandade Muçulmana, referindo-se ao novo gabinete. "Como pode ter alguma autoridade quando sabe que com uma palavra dos militares todos os seus membros podem ser mandados pra casa, sob pena de serem presos?".

A posse, na terça-feira, foi realizada horas depois de sete pessoas terem morrido e mais de 260 ficado feridas em confrontos de rua durante a noite entre seguidores de Mursi e forças de segurança, no pior episódio de violência em uma semana.

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Cairo - Milhares de seguidores do presidente egípcio recém-deposto, Mohamed Mursi , fizeram nesta quarta-feira uma manifestação diante do gabinete do primeiro-ministro e saíram em passeata pelo Cairo em protesto contra o governo apoiado pelos militares, que cumpriu seu primeiro dia de trabalho.

Manifestantes islâmicos portavam exemplares do Alcorão e retratos de Mursi, em meio ao forte calor do meio-dia diante dos principais edifícios governamentais, e exigiam que Mursi seja reintegrado ao cargo, do qual foi destituído pelos militares. Eles gritavam "Deus é Grande!", "Abaixo o regime militar!" e "Todos nós somos Mursi!".

A crise no Egito, país onde se localiza o Canal de Suez e que tem um acordo de paz com Israel, vem alarmando seus aliados no Ocidente. A chefe da política externa da União Europeia, Catherine Ashton, é a mais recente figura internacional a visitar os governantes interinos do Egito.

Ao contrário de um representante do governo dos EUA, que esteve no país dois dias atrás, esperava-se que ela se reunisse com dirigentes da Irmandade Muçulmana, instituição a que Mursi pertence.

"Estou indo ao Egito para reforçar nossa mensagem de que é preciso haver um processo político plenamente inclusivo, incorporando todos os grupos que apoiam a democracia", declarou Ashton em um comunicado antes da viagem. "Vou ressaltar que o Egito precisa retomar o mais rapidamente possível à sua transição democrática." Primeiro presidente escolhido em eleições livres no Egito, Mursi foi deposto duas semanas atrás pelo Exército, que acusou depois os partidários dele de incitarem manifestações armadas perto de bases militares.

No entanto, o protesto desta quarta-feira foi em grande parte pacífico, embora tenham ocorrido brigas quando a multidão seguia pelo centro da cidade ao longo das margens do rio Nilo e foi parada pela polícia ao se aproximar da praça Tahrir, foco de manifestações anti-Mursi.

"Nós só temos duas metas: legitimidade e martírio", disse Ahmed Ouda, de 27 anos. Um outro homem o interrompeu para acrescentar: "Martírio pacífico!".

Um pequeno grupo de jovens com capacetes e armados de bastões tentou atacar os seguidores da Irmandade que estavam sendo afastados da área pela polícia. Por fim, a multidão se dispersou.

Um governo interino tomou posse na terça-feira, formado por 33 ministros, na maioria tecnocratas e liberais. Nenhum deles provém dos dois principais grupos islâmicos que venceram cinco eleições seguidas desde que um levante em 2011 derrubou o presidente autocrata Hosni Mubarak.

"Será que ele acredita em si mesmo? Alguém acredita?", indagou no Facebook Essam El-Erian, um líder da Irmandade Muçulmana, referindo-se ao novo gabinete. "Como pode ter alguma autoridade quando sabe que com uma palavra dos militares todos os seus membros podem ser mandados pra casa, sob pena de serem presos?".

A posse, na terça-feira, foi realizada horas depois de sete pessoas terem morrido e mais de 260 ficado feridas em confrontos de rua durante a noite entre seguidores de Mursi e forças de segurança, no pior episódio de violência em uma semana.

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