Infanta Cristina: instituição presidida pelo marido de Infanta Cristina é acusada de desviar milhões (©afp.com / Nicholas Kamm)
Da Redação
Publicado em 7 de novembro de 2014 às 11h06.
Palma de Mallorca - A infanta Cristina, irmã do rei da Espanha Felipe VI, foi acusada por dois delitos fiscais e poderá ir a julgamento em um caso de corrupção no qual seu marido, Iñaki Urdangarin, está envolvido.
Trata-se do "caso Nóos", uma fundação sem fins lucrativos presidida por Urdangarin para a qual supostamente foram desviados vários milhões de euros de dinheiro público em meados da década passada.
Três magistrados da Audiência Provincial de Palma (ilhas Baleares, Mediterrâneo) confirmaram nesta sexta-feira a acusação de Cristina por dois delitos fiscais, mas retiraram essa condição no caso de lavagem de dinheiro.
Agora, o juiz instrutor do caso, José Castro, tem em suas mãos a decisão de colocar a irmã do rei Felipe VI no banco dos réus.
Se as partes mantiverem as posições que sustentaram durante a fase de instrução, o poder público não irá acusar a irmã do rei, e unicamente um sindicato formularia uma acusação contra ela.
Nesse contexto, o juiz Castro deverá ditar um auto de abertura de julgamento oral, onde definirá quais pessoas irão a julgamento e quais não, e terá que se pronunciar de novo sobre a infanta, explicaram à Agência Efe fontes jurídicas.
Os acusados são Iñaki Urdangarin e seu ex-sócio Diego Torres, pelo suposto desvio entre 2004 e 2007 de 6,1 milhões de euros de fundos públicos através do Instituto Nóos.
O juiz sustentava que os ingressos "ilícitos" procedentes do lucro obtido por Nóos foram depositados em uma sociedade chamada Aizoon, cuja propriedade era compartilhada em partes iguais pela infanta e seu marido.
O juiz suspeitava que Aizoon era usada para burlar alguns pagamentos ao Tesouro espanhol.
*Atualizada às 12h06 do dia 07/11/2014