Soldados do Exército do Iraque: Iraque se encontra imerso em uma grave crise (Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2014 às 13h42.
Bagdá - A presidência iraquiana convocou nesta quinta-feira o parlamento a realizar sua primeira reunião na próxima terça-feira, com a qual deve começar o processo que leve à nomeação de um novo governo no meio da crise ocorrida pela ofensiva jihadista no país.
Está prevista, nessa sessão, a escolha do presidente do parlamento e poderia ser nomeado também o novo chefe do Estado, que substituirá o curdo Jalal Talabani, informou a televisão oficial "Al Iraqiya".
Uma vez eleito o novo presidente da República, este deveria chamar a coalizão que alcançou o maior número de votos nas eleições legislativas de abril, o Estado de Direito - que lidera o primeiro-ministro interino, Nuri al-Maliki-, para que apresente um candidato a ser nomeado novo chefe de governo.
Caso não consiga um acordo para a designação destes postos, a sessão do parlamento ficará aberta até que seja alcançado um consenso político.
O Iraque se encontra imerso em uma grave crise suscitada pelo avanço de grupos insurgentes liderados pelos jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL), que no último dia 10 tomaram o controle de Mossul, a segunda cidade do país, e desde ali progrediram por outras do norte e o centro.
Maliki rejeitou ontem a formação de um executivo de salvação nacional no país para tentar dar uma saída ao atual conflito, como pediram vários partidos políticos nacionais e parte da comunidade internacional.
"As chamadas para formar um governo de salvação nacional são um golpe contra a Constituição e uma tentativa de eliminar o processo democrático", denunciou o primeiro-ministro interino em seu discurso semanal televisado.
Vários partidos políticos iraquianos -sunitas e xiitas- pediram nos últimos dias a formação do um governo de união nacional que englobe as distintas partes e advogaram por diferenciar entre as reivindicações legítimas dos sunitas e as ações do EIIL.
Os partidos também solicitaram um gabinete de unidade ao secretário de Estado americano, John Kerry, há três dias durante sua visita a Bagdá. "Quando os xiitas, os sunitas e os curdos participarem da escolha do governo, o Iraque será mais forte e seguro", ressaltou.