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Iraque fará ataques para ajudar curdos contra jihadistas

O primeiro-ministro iraquiano ordenou que a aviação do país ajude as forças curdas, em luta contra os jihadistas do Estado Islâmico

Forças curdas na linha de frente entre Bagdá e Kirkuk, no Iraque (Karim Sahib/AFP)

Forças curdas na linha de frente entre Bagdá e Kirkuk, no Iraque (Karim Sahib/AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 12h35.

Bagdá - O primeiro-ministro do Iraque, Nuri al-Maliki, ordenou nesta segunda-feira que a aviação iraquiana ajude as forças curdas, os peshmergas, em sua luta no norte do país contra o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), informou um porta-voz do exército, Qasem Ata.

"O comandante-em-chefe das Forças Armadas deu ordens aos chefes da força aérea e das unidades de aviação para proporcionar apoio aéreo às forças peshmerga", indicou, em um comunicado.

Por sua parte, uma alta fonte do exército iraquiano indicou que o Partido da União Democrática (PYD, curso sírio) está em combate nas zonas de Sinjar e Rabia, um setor do norte do Iraque, na fronteira com a Síria.

O PYD, principal partido dos curdos na Síria, postou na internet fotos de seus combatentes na zona de Rabia.

Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) anunciaram nesta segunda-feira a intenção de ampliar sua ofensiva nos territórios do norte do Iraque, controlados pelos curdos, que já sofreram vários reveses nos últimos dos días.

"As brigadas do Estado Islâmico alcançaram o triângulo entre a Turquia, Síria e Iraque. Que Deus permita a seus mujahedines libertar toda a região", afirmou o grupo em um comunicado.

O texto recorda as vitórias registradas durante o fim de semana contra os peshmergas, os combatentes armados curdos.

Este é o avanço mais importante desde que em 9 de junho os jihadistas lançaram uma ofensiva e conquistaram em poucos dias amplas zonas do norte do Iraque, incluindo a segunda cidade do país, Mossul, na província de Nínive.

O EI retomou no domingo o controle da cidade iraquiana de Sinjar, noroeste do país, de onde expulsaram quase 200.000 pessoas, segundo a ONU.

A tomada de Sinjar, a 50 km da fronteira síria, representa o segundo revés em dois dias para os combatentes curdos ante os jihadistas, que proclamaram no fim de junho um "califado" nos territórios sob seu controle na Síria e Iraque.

Sinjar, situada entre a fronteira com a Síria e a cidade iraquiana de Mossul, tinha 310.000 habitantes e também abrigava milhares de pessoas deslocadas pela ofensiva das últimas semanas dos insurgentes sunitas, liderados pelo EI, na região. Uma parte dos refugiados são turcomanos xiitas.

A cidade também é o lar histórico dos yazidis, uma minoria de língua curda adepta de uma religião pré-islâmica procedente em parte do zoroastrismo. Os jihadistas os consideram adoradores do diabo.

De acordo com o partido UPK, os jihadistas sunitas destruíram o santuário xiita de Sayeda Zeinab, pouco depois de assumir o controle de Sinjar.

O EI, que controla amplos territórios no norte e oeste do Iraque, divulgou na internet fotografias de seus combatentes patrulhando a principal avenida de Sinjar.

A tomada Sinjar aconteceu um dia depois da conquista de Zumar, outra cidade próxima a Mossul, de onde o EI expulsou as forças curdas após combates violentos.

Os insurgentes assumiram o controle ao mesmo tempo de dois campos de petróleo com produção total de 20.000 barris diários, assim como de uma pequena central de energia elétrica.

Zumar e Sinjar integravam as áreas que os peshmerga assumiram o controle após a retirada do exército iraquiano, no início da ofensiva dos insurgentes sunitas em junho.

As forças curdas, consideradas as mais bem organizadas do país, também enfrentam as dificuldades financeiras e militares para garantir a segurança de um território 40% mais amplo.

Uma delegação curda está atualmente nos Estados Unidos para obter apoio militar.

Mas a ajuda precisa, em tese, da aprovação de Bagdá, onde as instituições estão quase paralisadas.

Os deputados xiitas têm até 8 de agosto para designar o candidato ao cargo de primeiro-ministro.

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