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Iraque demite chefes da segurança após novo atentado

O primeiro-ministro "ordenou que o comandante das operações para Bagdá seja afastado de seu cargo, assim como os diretores de segurança e inteligência"


	Novo atentado: no domingo passado, um atentado com um ônibus-bomba em Bagdá provocou a morte de 292 pessoas
 (Thaier Al-Sudani / Reuters)

Novo atentado: no domingo passado, um atentado com um ônibus-bomba em Bagdá provocou a morte de 292 pessoas (Thaier Al-Sudani / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de julho de 2016 às 12h15.

Três dos principais chefes da segurança em Bagdá foram destituídos nesta sexta-feira pelo primeiro-ministro iraquiano, pouco depois de um novo atentado, que deixou 30 mortos, e cinco dias após o ataque mais violento ocorrido em muitos anos no Iraque.

O primeiro-ministro Haider Al-Abadi "ordenou que o comandante das operações para Bagdá seja afastado de seu cargo, assim como os diretores de segurança e inteligência", afirma um comunicado.

O comandante destas operações é o tenente-general Abdelamir Al-Chimari. Outros dois comandantes também foram destituídos.

No domingo passado, um atentado com um ônibus-bomba em Bagdá provocou a morte de 292 pessoas, um dos ataques mais violentos no Iraque desde a invasão americana em 2003 e que foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O atentado provocou a revolta dos iraquianos com a incapacidade do governo para proteger os civis e aplicar medidas de segurança eficazes.

Dois dias depois do violento atentado, o ministro do Interior iraquiano, Mohamed Al-Gaban, apresentou sua renúncia, que foi aceita por Abadi.

Al-Gaban havia admitido falhas nas medidas de segurança em Bagdá, ao advertir que os pontos de controle espalhados por toda a capital eram "absolutamente inúteis".

Sunitas contra xiitas

Na madrugada de quinta-feira para sexta-feira, 30 pessoas morreram e 50 ficaram feridas em um ataque contra um mausoléu xiita ao norte de Bagdá. O atentado também foi reivindicado pelo EI.

As novas destituições desta sexta-feira aconteceram poucas horas depois do atentado. De acordo com uma fonte das forças de segurança, criminosos bombardearam com morteiros o mausoléu Sayid Mohamed, situado em Balad, 80 km ao norte da capital iraquiana, e em seguida homens-bomba detonaram seus explosivos em um mercado próximo.

Depois dos disparos de morteiro, dois homens-bomba entraram no edifício, abriram fogo e detonaram os explosivos presos ao corpo em um mercado ao lado do mausoléu, confirmou o porta-voz do comando de operações conjuntas.

Um terceiro homem-bomba foi morto e o cinturão de explosivos desativado, afirmou o porta-voz, que atribuiu o ataque ao EI, grupo extremista que ataca com frequência a comunidade xiita, que considera herege.

A população de Balad é essencialmente xiita, mas a cidade está cercada por várias zonas ruais de maioria sunita.

Ao menos 16 pessoas morreram no mês passado em Balad em ataques reivindicados pelo EI, contra um café e contra as forças de segurança.

Menos território, mais atentados

A província de Saladino, onde fica Balad, é controlada atualmente em grande parte pelas forças governamentais iraquianas, que expulsaram o EI de seu reduto de Tikrit e da localidade de Baiji.

O EI assumiu em 2014 o controle de grandes faixas de território iraquiano, mas perdeu terreno para as forças do governo, apoiadas por bombardeios da coalizão internacional sob comando americano.

Apesar dos reveses, o grupo extremista sunita continua executando atentados violentos, sobretudo contra a comunidade xiita.

O EI tem raízes na rebelião iniciada após a queda do regime sunita de Saddam Hussein, após a invasão de 2003 liderada pelos Estados Unidos.

Desde então, e após a retirada de Washington, o país enfrenta uma grande instabilidade política, em um contexto de contínuas crises governamentais e atentados.

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