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Iranianos vão às urnas para eleger novo presidente do país

O país está polarizado entre os cidadãos que apoiam a reeleição do moderado Hassan Rohani e os que preferem as promessas do conservador Ebrahim Raisi

Votações: mais de 56 milhões de iranianos podem participar das eleições (TIMA/Reuters)

Votações: mais de 56 milhões de iranianos podem participar das eleições (TIMA/Reuters)

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EFE

Publicado em 19 de maio de 2017 às 09h20.

Última atualização em 19 de maio de 2017 às 11h58.

Os iranianos comparecem às urnas nesta sexta-feira para a eleição presidencial, uma disputa entre o atual mandatário, o moderado Hassan Rohani, que aspira ao segundo mandato, e o religioso conservador Ebrahim Raissi.

As seções eleitorais abriram às 3h30 GMT (0h30 Brasília) para 56,4 milhões de eleitores habilitados, que se pronunciarão entre a manutenção da política de abertura promovida por Rohani e o nacionalismo defendido por Raissi.

Tanto na capital Teerã como nas províncias, o fluxo de eleitores era grande desde o início da votação, com longas filas em alguns locais.

A taxa de participação, que é a grande incógnita da eleição, deve superar 72%, de acordo com o ministério do Interior.

"A participação entusiasmada dos iranianos na eleição reforça o poder e a segurança nacional", declarou o presidente Rohani depois de votar em Teerã.

Seu rival, Ebrahim Raisi, que votou em uma mesquita em um bairro operário da zona sul da capital, destacou a previsão de uma "grande participação".

Votar "em massa"

O balanço do governo de Rohani, 68 anos, é questionado por Raissi, 56 anos, ligado ao guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.

Um dos primeiros a votar na urna instalada em sua residência de Teerã foi Khamenei, que pediu aos compatriotas que compareçam às urnas "em massa, o mais cedo possível".

O célebre diretor iraniano Asghar Farhadi votou em Cannes (sul da França), onde participa no festival de cinema, em uma das urnas que a embaixada do Irã instalou na França, informou a agência de notícias Isna.

As eleições ocorrem dois dias depois da decisão dos Estados Unidos de renovar a suspensão das sanções contra o Irã, seguindo o acordo nuclear assinado em 2015 entre Teerã e as grandes potências.

Eleito em 2013 com 50,7% dos votos, Hassan Rohani dedicou a maior parte de seu primeiro mandato de quatro anos à negociação do acordo que permitiu iniciar abertura econômica e política de seu país.

Mas a desconfiança entre Teerã e Washington persiste. A manutenção do acordo nuclear foi acompanhada por novas sanções americanas sobre o programa balístico do Irã.

A desconfiança aumentou após a chegada ao poder do presidente americano Donald Trump, que adicionou sanções não relacionadas com a questão nuclear desde janeiro.

No fim de semana, Trump comparecerá a uma reunião de cúpula com autoridades muçulmanas de todo o mundo na Arábia Saudita, grande rival do Irã na região.

A intenção de Rohani, apesar da hostilidade de Trump, é prosseguir com a abertura internacional para atrair mais investimentos, enquanto Raisi tem um discurso ode de defesa das classes mais desfavorecidas.

Além do acordo nuclear, o presidente pode afirmar que conseguiu uma impressionante queda da inflação, que passou de quase 40% em 2013 para 9,5% atualmente.

Sem questionar o acordo nuclear, desejado pelo guia supremo Ali Khamenei, Ebrahim Raisi criticou a falta de resultados do compromisso, que segundo ele não favoreceu os mais necessitados.

Raisi critica os números do desemprego, que afeta 12,25% da população e 27% dos jovens, e acusa o governo de Rohani de trabalhar apenas para os "4% mais ricos" do país.

Além da votação presidencial, os 56,4 milhões de eleitores participam nas eleições municipais. O desafio das grandes cidades de Teerã, Machhad (noreste) e Isfahan (centro) é conseguir alterar a maioria conservadora que as governa.

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