Mundo

Irã tem plano para destruir bases dos EUA caso seja atacado

Segundo comandante iraniano, os Estados Unidos têm 35 bases ao redor do Irã e todas elas estão ao alcance dos mísseis

Navio iraniano lança míssil Mehrab: a Força Aeroespacial dos Guardiães da Revolução do Irã testa seu arsenal sistematicamente (Ebrahim Noroozi/AFP)

Navio iraniano lança míssil Mehrab: a Força Aeroespacial dos Guardiães da Revolução do Irã testa seu arsenal sistematicamente (Ebrahim Noroozi/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 4 de julho de 2012 às 10h47.

Teerã - O Irã já possui planos detalhados para destruir as 35 bases dos EUA no Oriente Médio, no Golfo Pérsico e na Ásia Central caso seja atacado, afirmou nesta quarta-feira o general Amir Ali Hayizadeh, comandante da Força Aeroespacial dos Guardiães da Revolução.

"Tomamos todas as medidas necessárias para situar essas bases e desdobrar mísseis para destruir todas elas nos primeiros minutos de um possível ataque (contra o Irã)", advertiu Hayizadeh em declarações divulgadas pela agência local "Fars".

Hayizadeh fez essas declarações, que detalhava os planos do Irã diante de um eventual ataque dos Estados Unidos contra seu território, no final de um exercicio militar de três dias. Neste, os Guardiães da Revolução testaram diversos tipos de mísseis de fabricação nacional.

O comandante explicou que os Estados Unidos "tem 35 bases ao redor do Irã" e acrescentou que "todas elas estão ao alcance dos mísseis, assim como a terra ocupada da Palestina (Israel)".

Segundo ele, as manobras de mísseis que foram realizadas nos últimos dias tinham o objetivo de destruir réplicas de hipotéticas bases dos EUA na região, assegurando que o resultado dos testes tinha sido um grande êxito.

O site dos Guardiães da Revolução, "Sepah News", informou nesta quarta que dentro dessas manobras foram usados mísseis do tipo "Golfo Pérsico" (antinavios) contra alvos marítimos, com o apoio de aviões de combate e aeronaves não tripuladas.

Ontem, os guardiães da Revolução asseguraram que tinham destruído sete hipotéticas bases das "forças alheias à região" em manobras aéreas e com lançamento de mísseis de até 1,3 mil quilômetros de alcance, embora Hayizadeh tenha feito questão de ressaltar que o país dispõe de mísseis que superam 2 mil quilômetros.

O Irã está submetido a sanções da ONU, dos EUA e da UE por causa de seu programa nuclear, sendo que Washington e Tel Avil ameaçaram atacar o território iraniano caso não haja uma paralisação de suas atividades atômicas. Neste caso, Teerã respondeu que daria uma resposta "arrasadora" e que também poderia fechar o estratégico Estreito de Ormuz.

Enquanto alguns países, liderados pelos EUA, suspeitam que o programa nuclear iraniano possui uma vertente armamentista destinada a fabricação de armas atômicas, Teerã assegura que seu programa é exclusivamente civil, pacífico e ainda respeita o Tratado de Não-Proliferação (TNP) nuclear.

Ontem, em sua entrevista coletiva semanal, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Ramin Mehmanparast, comentou as manobras realizadas e disse que a mensagem desses exercícios é que "Irã tem total autoridade e preparação para garantir a segurança no Golfo Pérsico e no tráfego de petroleiros no Estreito de Ormuz".

O presidente da Comissão de Segurança Nacional e Política Externa do Parlamento do Irã, Alaedin Boruyerdi, disse que Teerã considera a presença de forças estrangeiras na região "prejudicial" para a segurança, acrescentando que as manobras com mísseis mostram a capacidade do Irã para manter a estabilidade na área. 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaEstados Unidos (EUA)GuerrasIrã - PaísOriente MédioPaíses ricos

Mais de Mundo

Ex-presidente uruguaio 'Pepe' Mujica se recupera após cirurgia de câncer de esôfago

O mercado chinês com 75 mil lojas que vende de tudo - até sua decoração de Natal

Trump pede que Suprema Corte pause até a posse presidencial lei que pode proibir TikTok

Dilma e Orsi discutem possível entrada do Uruguai no Banco dos Brics