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Irã promete vingança após atentado contra Guarda Revolucionária

27 integrantes do corpo militar de elite morreram em um atentado com carro-bomba

O presidente iraniano, Hassan Rohani (Sergei Karpukhin/Reuters)

O presidente iraniano, Hassan Rohani (Sergei Karpukhin/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de fevereiro de 2019 às 11h46.

O presidente iraniano Hassan Rohani prometeu vingança contra o "grupo mercenário" que matou 27 integrantes do corpo militar de elite do país na quarta-feira, em um atentado com carro-bomba, ao mesmo tempo que acusou Estados Unidos e Israel de apoiarem o "terrorismo".

O atentado teve como alvo um ônibus que transportava os militares entre as localidades de Khash e Zahedan, na província de Sistão-Baluchistão, sudeste do país. Este foi um dos ataques mais violentos contra a Guarda Revolucionária iraniana.

"As principais raízes do terrorismo na região são Estados Unidos, os sionistas (uma referência a Israel) e alguns países petroleiros que os financiam", acusou Rohani em um discurso antes da viagem para Sochi (Rússia), onde participará em uma reunião sobre a Síria com os presidentes russo e turco.

"Faremos este grupo mercenário pagar pelo sangue derramado de nossos mártires", completou o presidente iraniano.

O grupo extremista Jaish al-Adl ("Exército da Justiça) reivindicou o atentado em um comunicado, informaram a agência oficial Fars e o centro de inteligência SITE, que monitora atividades jihadistas na internet.

Este grupo, considerado "terrorista" pelo Irã, é formado por ex-integrantes de uma organização sunita extremista que liderou uma violenta rebelião no Sistão-Baluchistão até 2010.

Esta província tem uma importante comunidade sunita com ligações com o vizinho Paquistão. A maioria muçulmana no Irã é xiita.

O governo iraniano acusa Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita de apoio aos grupos terroristas.

Israel e Estados Unidos são inimigos do Irã, enquanto a Arábia Saudita, país sunita, é o principal rival da República Islâmica no Oriente Médio.

Rohani pediu aos países vizinhos que assumam suas responsabilidades e não permitam que os terroristas utilizem seus territórios para preparar ataques contra o Irã.

"Se estes países não conseguem deter os terroristas, nos reservamos o direito de agir", advertiu.

"Não é coincidência"

O ataque coincidiu com o início de uma conferência internacional em Varsóvia sobre a situação no Oriente Médio, uma reunião convocada pelos Estados Unidos com o objetivo declarado de aumentar a pressão sobre o Irã, país acusado por Washington de "desestabilizar" o Oriente Médio.

O ministro das Relações Exteriores, Mohammad Javad Zarif, afirmou no Twitter que "não é uma coincidência que o Irã seja atacado pelo terror no dia" da abertura da conferência, que ele chamou de "circo".

Nos últimos meses. as forças iranianas de segurança e a Guarda Revolucionária foram alvos de diversos ataques no Sistão-Baluchistão.

No dia 2 de fevereiro, um integrante da Guarda Revolucionária morreu e cinco ficaram feridos em um ataque na localidade de Nikshar, um ação também reivindicado pelo Jaish al-Adl.

O ataque mais violento aconteceu em setembro, quando vários criminosos mataram 24 pessoas 24 durante um desfile militar na cidade de Ahvaz (sudoeste). A ação foi reivindicada pelo grupo Estado Islâmico (EI) e por um grupo separatista árabe, "Resistência Nacional de Ahvaz".

O governo do Irã, aliado do presidente sírio Bashar al-Assad, ajuda o regime de Damasco em sua guerra contra os rebeldes e extremistas.

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