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Irã prepara construção de centrífugas em usina de enriquecimento de urânio

o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi, afirmou que nenhuma das medidas que o Irã tomar vai violar o acordo nuclear

No início de maio os Estados Unidos saíram do acordo nuclear do Irã criado em 2015 (Leonhard Foeger/Reuters)

No início de maio os Estados Unidos saíram do acordo nuclear do Irã criado em 2015 (Leonhard Foeger/Reuters)

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EFE

Publicado em 5 de junho de 2018 às 14h48.

Última atualização em 5 de junho de 2018 às 14h50.

Teerã/Viena - O governo iraniano iniciou os preparativos para construir centrífugas avançadas na grande usina de enriquecimento de urânio em Natanz, no centro do país, segundo informou nesta terça-feira o chefe da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akbar Salehi.

De acordo com o órgão, a Organização Internacional de Energia Atômica (AIEA), sediada em Viena, já foi informada sobre o começo das atividades.

Um porta-voz da AIEA confirmou que a agência nuclear da ONU "recebeu uma carta do Irã em 4 de junho informando que existe um cronograma para tentar iniciar a produção de UF6".

O hexafluoreto de urânio (UF6) é um gás pesado que ao ser centrifugado em alta velocidade deixa urânio enriquecido, um material de possível uso tanto civil como militar.

Segundo Salehi, nenhuma das medidas que o Irã tomar violará o chamado "plano conjunto de ação" (JCPOA, sigla em inglês) assinado em 2015.

"Nossos passos não são contrários ao JCPOA ", garantiu o chefe do programa nuclear iraniano, ao explicar que o país dispõe de uma usina de "conversão de urânio", mas como no passado não tinha urânio natural a instalação não estava em funcionamento.

Os Estados Unidos anunciaram em 8 de maio que sairiam do JCPOA por considerarem que o Irã não cumpre com as exigências estabelecidas ao manter um ambicioso programa balístico, por se expandir militarmente pelo Oriente Médio e pelas ameaças contra Israel, o principal aliado americano na região.

O futuro do pacto nuclear, negociado durante quase dois anos pelo Irã e EUA, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha, é incerto.

Os países europeus tentam diminuir os efeitos das sanções que os Estados Unidos anunciaram que imporão ao Irã e a empresas de outros países que façam negócios com esse país.

Teerã, por sua parte, ameaçou abandonar o pacto e intensificar as atividades nucleares se não puder desfrutar das vantagens econômicas prometidas em troca da limitação do programa nuclear.

O acordo prevê restrições e limitações de 10 a 25 anos que afetam a quantidade e a pureza do urânio enriquecido, além da produção de água pesada e também o desenvolvimento de novas tecnologias de enriquecimento.

Salehi disse nesta terça-feira que o Irã produzirá centrífugas de nova geração (mais rápidas) caso o pacto acabe, mas que por enquanto atuará seguindo o acordo nuclear.

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