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Irã pede retirada de tropas estrangeiras

O país considera que, com a morte de Bin Laden, "não há mais desculpas para a ocupação"

O porta-voz do ministro das Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, ressaltou "a inutilidade de enviar milhares de soldados para capturar um homem só" (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 2 de maio de 2011 às 10h56.

Teerã - O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, pediu nesta segunda-feira a retirada de todas as tropas estrangeiras do Afeganistão, já que seu país considera que, com a morte de Osama bin Laden, "não há mais desculpas para a ocupação".

O regime iraniano ecoou assim outras vozes da região, como a do líder do grupo radical sunita paquistanês Tehreek-e-Insaf, o xeque Imran Khan, que também exigiu nesta manhã a saída das forças americanas.

"Hoje, a República Islâmica do Irã acredita que não existe desculpa alguma para que os estrangeiros enviem seus soldados à região com a intenção de lutar contra o terrorismo", explicou Mehmanparast.

"Esperamos que (sua morte) sirva para que termine a guerra, para que seja posto um fim no assassinato de inocentes e que contribua para o estabelecimento da paz e da segurança na região", acrescentou.

O porta-voz, citado pela agência de notícias local "Isna", ressaltou ainda que a natureza da operação que culminou com a morte do líder da Al Qaeda demonstrou "a inutilidade de enviar milhares de soldados para capturar um homem só".

"O episódio mostrou que não há necessidade alguma de desdobrar grandes exércitos para capturar uma só pessoa", disse.

As palavras de Mehmaparast representam uma mudança de atitude oficial do Irã, depois que no começo da manhã o presidente da Comissão de Segurança Nacional e Relações Exteriores do Parlamento iraniano, Alaedin Boroujerdi, afirmou duvidar da veracidade da informação revelada no domingo à noite pela Casa Branca.

Em declarações divulgadas pela agência de notícias local "Fars", o deputado conservador também menosprezou a importância da suposta morte e argumentou que nos últimos dez anos Washington anunciou em várias ocasiões a eliminação do extremista sunita e depois voltou atrás.

"Primeiro, devo me questionar a exatidão dessa notícia, já que eles (Washington) já anunciaram isso no passado. Não parece algo novo", afirmou.

"Há dez anos, atacaram o Afeganistão e disseram que seu objetivo era lutar contra os autores dos atentados de 11 de setembro, contra o Talibã e o mulá Omar. Se a notícia for verdadeira, não fizeram nada demais", acrescentou.

O presidente americano, Barack Obama, anunciou neste domingo à noite em discurso à nação que o líder da Al Qaeda foi morto em uma operação especial das forças de elite terrestres de seu país em uma cidade próxima a Islamabad.

Segundo Obama, o corpo do terrorista mais procurado do mundo foi jogado no mar.

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O porta-voz, citado pela agência de notícias local "Isna", ressaltou ainda que a natureza da operação que culminou com a morte do líder da Al Qaeda demonstrou "a inutilidade de enviar milhares de soldados para capturar um homem só".

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Em declarações divulgadas pela agência de notícias local "Fars", o deputado conservador também menosprezou a importância da suposta morte e argumentou que nos últimos dez anos Washington anunciou em várias ocasiões a eliminação do extremista sunita e depois voltou atrás.

"Primeiro, devo me questionar a exatidão dessa notícia, já que eles (Washington) já anunciaram isso no passado. Não parece algo novo", afirmou.

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