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Irã nuclear não abriria corrida armamentista, diz EUA

Os temores de uma corrida armamentista no Oriente Médio caso o Irã alcance armas nucleares são exagerados, disse uma entidade norte-americana nesta terça-feira

Bandeira do Irã: potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, embora Teerã insista no caráter civil do seu programa atômico (Suzanne Plunkett/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de fevereiro de 2013 às 10h09.

Riad - Os temores de uma corrida armamentista no Oriente Médio caso o Irã alcance armas nucleares são exagerados, disse uma entidade norte-americana nesta terça-feira, argumentando que países como a Arábia Saudita têm muitos motivos para não irem atrás de uma bomba atômica.

Potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, embora Teerã insista no caráter civil do seu programa atômico.

A Arábia Saudita, rival regional do Irã e maior exportador mundial de petróleo, é vista por analista como o país da região que teria mais chances de buscar uma arma nuclear caso o Irã a obtenha. Há também o temor de que Egito e Turquia se interessem por isso.

Acredita-se que Israel, maior inimigo do Irã no Oriente Médio, já possua o único arsenal atômico da região, embora o Estado judeu nunca tenha confirmado ou desmentido isso.

Em dezembro de 2011, o príncipe Turki al Faisal, ex-chefe da inteligência saudita, disse que seu país poderia considerar a busca por armas nucleares se o Irã atingisse esse estágio. O reino sunita também já anunciou que pretende construir reatores capazes de gerar 17 gigawatts de energia atômica até 2032.


Mas o relatório do Centro para a Nova Segurança Americana (CNAS, na sigla em inglês) diz que, embora haja algum risco de que a Arábia Saudita busque uma bomba atômica, o mais provável seria que o reino recorresse à proteção do seu principal aliado, os EUA.

"O senso comum provavelmente está errado", disse o relatório. Mesmo que a Arábia Saudita deseje ter uma bomba atômica, "desincentivos significativos pesariam contra uma louca corrida de Riad" nesse sentido, acrescenta o texto.

O CNAS, criado em 2007 em Washington, é uma entidade apartidária voltada para políticas de segurança nos EUA.

Entre os autores do relatório estão Colin Kahl, ex-subsecretário-assistente de Defesa para o Oriente Médio, e Melissa Dalton, especialista em assuntos externos da secretária.

Os custos e a dificuldade de iniciar um programa de armas nucleares ao arrepio do direito internacional e contrariando os desejos de Washington seriam um poderoso argumento contra a bomba atômica saudita.

Alguns analistas especulam que, em vez de tentar desenvolver seu próprio arsenal atômico, a Arábia Saudita poderia comprar essas armas do aliado Paquistão.

Mas o relatório considera que isso também seria improvável.

"Em vez disso, a Arábia Saudita provavelmente perseguiria uma versão mais agressiva da sua atual estratégia de resguardo para a defesa convencional e da (atividade) nuclear civil, ao mesmo tempo em que buscaria uma garantia externa de segurança nuclear." O relatório diz ainda que o Egito não vê as ambições nucleares iranianas como uma ameaça existencial, e que a Turquia já tem uma dissuasão nuclear, na forma de garantias de segurança da Otan.

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Riad - Os temores de uma corrida armamentista no Oriente Médio caso o Irã alcance armas nucleares são exagerados, disse uma entidade norte-americana nesta terça-feira, argumentando que países como a Arábia Saudita têm muitos motivos para não irem atrás de uma bomba atômica.

Potências ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver armas nucleares, embora Teerã insista no caráter civil do seu programa atômico.

A Arábia Saudita, rival regional do Irã e maior exportador mundial de petróleo, é vista por analista como o país da região que teria mais chances de buscar uma arma nuclear caso o Irã a obtenha. Há também o temor de que Egito e Turquia se interessem por isso.

Acredita-se que Israel, maior inimigo do Irã no Oriente Médio, já possua o único arsenal atômico da região, embora o Estado judeu nunca tenha confirmado ou desmentido isso.

Em dezembro de 2011, o príncipe Turki al Faisal, ex-chefe da inteligência saudita, disse que seu país poderia considerar a busca por armas nucleares se o Irã atingisse esse estágio. O reino sunita também já anunciou que pretende construir reatores capazes de gerar 17 gigawatts de energia atômica até 2032.


Mas o relatório do Centro para a Nova Segurança Americana (CNAS, na sigla em inglês) diz que, embora haja algum risco de que a Arábia Saudita busque uma bomba atômica, o mais provável seria que o reino recorresse à proteção do seu principal aliado, os EUA.

"O senso comum provavelmente está errado", disse o relatório. Mesmo que a Arábia Saudita deseje ter uma bomba atômica, "desincentivos significativos pesariam contra uma louca corrida de Riad" nesse sentido, acrescenta o texto.

O CNAS, criado em 2007 em Washington, é uma entidade apartidária voltada para políticas de segurança nos EUA.

Entre os autores do relatório estão Colin Kahl, ex-subsecretário-assistente de Defesa para o Oriente Médio, e Melissa Dalton, especialista em assuntos externos da secretária.

Os custos e a dificuldade de iniciar um programa de armas nucleares ao arrepio do direito internacional e contrariando os desejos de Washington seriam um poderoso argumento contra a bomba atômica saudita.

Alguns analistas especulam que, em vez de tentar desenvolver seu próprio arsenal atômico, a Arábia Saudita poderia comprar essas armas do aliado Paquistão.

Mas o relatório considera que isso também seria improvável.

"Em vez disso, a Arábia Saudita provavelmente perseguiria uma versão mais agressiva da sua atual estratégia de resguardo para a defesa convencional e da (atividade) nuclear civil, ao mesmo tempo em que buscaria uma garantia externa de segurança nuclear." O relatório diz ainda que o Egito não vê as ambições nucleares iranianas como uma ameaça existencial, e que a Turquia já tem uma dissuasão nuclear, na forma de garantias de segurança da Otan.

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