Donald Trump: "Estão fazendo (os iranianos) um dano tremendo ao acordo que foi assinado. Foi um acordo terrível, nunca deveria ter sido assinado, e não deveria ter sido negociado da forma que foi" (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 20 de abril de 2017 às 21h50.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que o Irã "não está cumprindo o espírito" do acordo nuclear feito em 2015 com as seis potências mundiais, apesar de seu governo ter garantido nesta semana que Teerã respeitou até agora os compromissos.
"(Os iranianos) Não estão cumprindo o espírito do acordo", acusou Trump em entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, depois de uma reunião entre ambos na Casa Branca.
"Estamos analisando muito cuidadosamente e teremos algo a dizer sobre isto em um futuro não muito distante", acrescentou.
Trump ordenou a sua equipe uma revisão do acordo nuclear, a ser dirigida pelo Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca e que durará 90 dias, conforme anunciou nesta semana o Departamento de Estado.
"Estão fazendo (os iranianos) um dano tremendo ao acordo que foi assinado. Foi um acordo terrível, nunca deveria ter sido assinado, e não deveria ter sido negociado da forma que foi", ressaltou Trump ao ser perguntado sobre o tema durante a entrevista.
No fim da noite de terça-feira, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, enviou uma carta ao presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, o republicano Paul Ryan, na qual assegurava que o Irã "está cumprindo seus compromissos" sob o acordo nuclear.
Tillerson acompanhou essa certificação, que o Departamento de Estado deve fazer a cada 90 dias, com uma série de denúncias sobre atividades perniciosas do Irã no mundo e uma advertência de que a Casa Branca está revisando o acordo nuclear.
"O JCPOA (como é conhecido o acordo multilateral) fracassa na hora de conseguir o objetivo de um Irã não nuclear. Somente atrasa sua meta de se tornar um Estado nuclear", declarou Tillerson na quarta-feira.
O chefe da diplomacia americana advertiu que "um Irã sem restrições tem o potencial de continuar o mesmo caminho que a Coreia do Norte e levar consigo o mundo".
A forte retórica aponta que Trump parece ter se decidido a enfrentar o futuro do que definiu durante a campanha eleitoral de novembro do ano passado como "o pior acordo jamais alcançado", o assinado entre Irã, Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, China e Rússia; depois de evitar o tema durante seus primeiros meses no poder.