Irã: acidente de avião deixou 176 mortos (Nazanin Tabatabaee/WANA/Reuters)
Reuters
Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 11h08.
Dubai — A caixa-preta de um avião de passageiros ucraniano abatido por engano sobre o Irã no mês passado está danificada, mas o Irã não a entregará a outro país, apesar de estar sendo pressionado a permitir tal acesso, disseram ministros iranianos de alto escalão nesta quarta-feira, de acordo com a mídia estatal.
Na semana passada, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse que "enfatizou" ao ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohammad Javad Zarif, que uma investigação completa e independente da derrubada do avião tem que ser realizada.
Muitas das 176 pessoas que morreram no desastre eram iranianas com dupla cidadania, o que não é reconhecido pelo Irã. O Canadá tinha 57 cidadãos a bordo.
"Temos direito de ler a caixa-preta nós mesmos. Temos direito de estar presentes em qualquer exame da caixa-preta", disse Zarif.
"Caso se espere que daremos a caixa-preta a outros para que a leiam em nosso lugar, isso é algo que definitivamente não faremos."
O ministro da Defesa, Amir Hatami, disse que a caixa com os registros de voo "sofreu danos evidentes, e se solicitou que a indústria de defesa ajude a reconstruí-la".
"A reconstrução da caixa-preta deveria acontecer primeiro, e depois a leitura".
Todos os 176 passageiros morreram quando a Guarda Revolucionária, a força militar mais poderosa do Irã, lançou mísseis contra o avião por confundi-lo com um alvo hostil.
O Irã está conversando com outros países, particularmente a Ucrânia, sobre a investigação, afirmou Zarif.