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Irã "não é uma ameaça para o mundo", afirma Hassan Rohani

Rohani falou algumas horas depois de Obama ter dito na assembleia que queria "acordo significativo" com Irã se regime agir de forma "transparente e verificável"


	Hassan Rohani: presidente condenou terrorismo, que classificou de "violenta praga", assim como "utilização de drones contra inocentes em nome do combate" ao terror
 (Brendan McDermid/Reuters)

Hassan Rohani: presidente condenou terrorismo, que classificou de "violenta praga", assim como "utilização de drones contra inocentes em nome do combate" ao terror (Brendan McDermid/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2013 às 20h33.

O presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou nesta terça-feira na tribuna da ONU que seu país não representa "absolutamente uma ameaça alguma para o mundo", fazendo um apelo para que Barack Obama ignore os grupos de pressão pró-guerra e privilegie a negociação.

Rohani falou algumas horas depois de Obama ter dito na assembleia que queria um "acordo significativo" com o Irã se o regime iraniano agir de forma "transparente e verificável".

"Se (os Estados Unidos) evitarem seguir os interesses de curto prazo dos grupos de pressão pró-guerra, poderemos encontrar um meio de resolvermos nossas divergências", declarou Rohani em seu discurso durante a Assembleia Geral da ONU.

"A República Islâmica do Irã atuará de maneira responsável no que diz respeito à segurança regional e internacional", acrescentou ele, denunciando com veemência as sanções que atingem o seu país.

Rohani também condenou o terrorismo, que classificou de "violenta praga", assim como a "utilização de drones contra inocentes em nome do combate" ao terror.

"Defenderemos a paz baseada na democracia e na cédula de votação em todo o mundo, incluindo na Síria e no Bahrein e em outros países da região", acrescentou. "Não há soluções violentas para as crises no mundo".

O Irã "está preparado para cooperar (...) de maneira bilateral e multilateral com outros atores responsáveis", prosseguiu o novo presidente iraniano, reafirmando que o governo não tem a intenção de obter a arma nuclear.

O líder iraniano reafirmou a posição de seu país de que seus objetivos nucleares são "exclusivamente pacíficos."

"As armas nucleares e outras armas de destruição em massa não têm lugar na doutrina de segurança e defesa do Irã, e contradizem nossas convicções religiosas e éticas", disse Rohani.

Ele acrescentou que a comunidade internacional deve aceitar as atividades nucleares iranianas, que as potências ocidentais consideram ser um pretexto para tentar obter a capacidade de produzir uma bomba nuclear.

O Conselho de Segurança da ONU impôs quatro rodadas de sanções contra o Irã por seu programa de enriquecimento de urânio.

Mas Rohani disse que é "uma ilusão, e extremamente irrealista, pressupor que a natureza pacífica do programa nuclear do Irã possa ser garantida com o suspensão do programa por meio de pressões ilegítimas."

Esperava-se que Rohani, que substituiu o agressivo Mahmud Ahmadinejad e deve discursar à tarde na Assembleia Geral, pudesse de reunir com Obama, mas Teerã não aceitou o convite de Washington, segundo informações de um alto funcionário americano.

O Irã considerou que seria "muito complicado realizar uma reunião neste momento", disse a autoridade.

Uma reunião, ou inclusive, um aperto de mãos entre Obama e Rohani teria um forte impacto e poderia marcar um avanço no contato entre estes dois países, que não mantêm relações diplomáticas desde 1979.

Mas o presidente iraniano se reuniu com seu homólogo francês Francois Hollande, em um encontro inédito neste nível entre ambos os países desde 2005, quando Jacques Chirac recebeu em Paris o reformista Mohammad Khatami.

O ambiente melhor nas relações entre as potências ocidentais e o Irã ficou claro nesta terça com as declarações do ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Javad Zarif, segundo o qual existe "uma oportunidade histórica" para resolver a questão.

Dando uma prova da vontade de diálogo de Teerã, Zarif se reunirá na quinta-feira em paralelo à Assembleia Geral com seus homólogos das potências 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha).

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