Irã importa da Europa minério compatível com mísseis
Cerca de 4 mil toneladas de alumina foram vendidas ao Irã entre janeiro de 2012 e março de 2013. Teerã diz que caráter de atividades atômicas é pacífico
Da Redação
Publicado em 2 de julho de 2013 às 10h25.
Londres - Explorando uma lacuna nas sanções ocidentais, o Irã está importando óxido de alumínio altamente refinado de vários países europeus e pode usar esse material para produzir blindagens e componentes para mísseis.
As sanções ocidentais por causa do programa nuclear iraniano atingiram muitos setores econômicos do país, incluindo a metalurgia, em que o Irã é fortemente dependente de importações. Teerã insiste no caráter pacífico das suas atividades atômicas.
O minério refinado foi excluído das sanções da União Europeia, mas novas sanções dos EUA que entraram em vigor na segunda-feira buscam fechar essa lacuna. Segundo informações do Departamento do Tesouro norte-americano, as novas medidas abrangem "metais brutos ou semifinalizados", o que inclui o alumínio.
O óxido de alumínio, ou alumina, é uma versão refinada do minério de bauxita. É geralmente usado na produção de alumínio, mas, em seu "grau químico" (com alto grau de pureza), tem aplicações adicionais, inclusive militares.
Dados de comércio da empresa Global Trade Information Services mostram que, de janeiro de 2012 a março de 2013, cerca de 4 mil toneladas de alumina foram vendidas ao Irã, principalmente pela Alemanha e França, mas também por Eslovênia, Itália, Hungria e Bélgica.
Especialistas e fontes do mercado dizem que o preço elevado que foi pago, de 700 a 1.000 dólares por tonelada, e o volume relativamente baixo indicam que provavelmente se tratava de alumina com alto teor de pureza.
O ex-funcionário do Departamento de Defesa dos EUA e hoje consultor especializado em tecnologias nucleares e de mísseis, Mark Gorwitz, disse que o Irã tem capacidade de usar alumina de grau químico para produzir compostos cerâmicos com finalidades bélicas.
"O Irã definitivamente tem a capacidade de produzir peças para mísseis localmente. Eles já fizeram bastante trabalho com os compostos cerâmicos feitos de alumina e usados para a fabricação de peças blindadas e componentes de mísseis, como bocais e cúpulas", disse ele.
A alumina química também pode ser usada para produzir cerâmicas transparentes empregadas em lasers e equipamentos de visão noturna. Mas seu uso nos cones protetores dos mísseis possivelmente liga esse uso ao programa nuclear do Irã.
Um porta-voz da missão iraniana da ONU em Nova York disse que as sanções são "contraproducentes em termos de construção de confiança entre o Irã e alguns membros do Conselho de Segurança (da ONU) que imputam algumas acusações contra o meu país".
"O Irã nunca violou seu compromisso internacional e sempre permaneceu comprometido com suas obrigações", acrescentou o porta-voz.
Londres - Explorando uma lacuna nas sanções ocidentais, o Irã está importando óxido de alumínio altamente refinado de vários países europeus e pode usar esse material para produzir blindagens e componentes para mísseis.
As sanções ocidentais por causa do programa nuclear iraniano atingiram muitos setores econômicos do país, incluindo a metalurgia, em que o Irã é fortemente dependente de importações. Teerã insiste no caráter pacífico das suas atividades atômicas.
O minério refinado foi excluído das sanções da União Europeia, mas novas sanções dos EUA que entraram em vigor na segunda-feira buscam fechar essa lacuna. Segundo informações do Departamento do Tesouro norte-americano, as novas medidas abrangem "metais brutos ou semifinalizados", o que inclui o alumínio.
O óxido de alumínio, ou alumina, é uma versão refinada do minério de bauxita. É geralmente usado na produção de alumínio, mas, em seu "grau químico" (com alto grau de pureza), tem aplicações adicionais, inclusive militares.
Dados de comércio da empresa Global Trade Information Services mostram que, de janeiro de 2012 a março de 2013, cerca de 4 mil toneladas de alumina foram vendidas ao Irã, principalmente pela Alemanha e França, mas também por Eslovênia, Itália, Hungria e Bélgica.
Especialistas e fontes do mercado dizem que o preço elevado que foi pago, de 700 a 1.000 dólares por tonelada, e o volume relativamente baixo indicam que provavelmente se tratava de alumina com alto teor de pureza.
O ex-funcionário do Departamento de Defesa dos EUA e hoje consultor especializado em tecnologias nucleares e de mísseis, Mark Gorwitz, disse que o Irã tem capacidade de usar alumina de grau químico para produzir compostos cerâmicos com finalidades bélicas.
"O Irã definitivamente tem a capacidade de produzir peças para mísseis localmente. Eles já fizeram bastante trabalho com os compostos cerâmicos feitos de alumina e usados para a fabricação de peças blindadas e componentes de mísseis, como bocais e cúpulas", disse ele.
A alumina química também pode ser usada para produzir cerâmicas transparentes empregadas em lasers e equipamentos de visão noturna. Mas seu uso nos cones protetores dos mísseis possivelmente liga esse uso ao programa nuclear do Irã.
Um porta-voz da missão iraniana da ONU em Nova York disse que as sanções são "contraproducentes em termos de construção de confiança entre o Irã e alguns membros do Conselho de Segurança (da ONU) que imputam algumas acusações contra o meu país".
"O Irã nunca violou seu compromisso internacional e sempre permaneceu comprometido com suas obrigações", acrescentou o porta-voz.