Usina nuclear de Natanz, no Irã: EUA incluíram mais empresas e pessoas numa lista negra que se destina a impedir o Irã de obter a capacidade para a produção de armas nucleares (Henghameh Fahimi/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 10h15.
Ancara - O Irã disse nesta sexta-feira que uma nova medida dos EUA contra empresas e indivíduos que apoiam o programa nuclear iraniano viola o espírito de um acordo diplomático fechado em novembro em Genebra.
Na quinta-feira, os EUA incluíram mais empresas e pessoas numa lista negra que se destina a impedir o Irã de obter a capacidade para a produção de armas nucleares. Teerã insiste no caráter pacífico do seu programa atômico.
"Estamos avaliando a situação, e o Irã irá reagir compativelmente com as novas sanções impostas a 19 empresas e indivíduos. Isso é contra o espírito do acordo de Genebra", disse o vice-chanceler Abbas Araghchi à agência de notícias Fars.
Araghchi, que também participa da equipe iraniana de negociação, se referia ao acordo provisório de 24 de novembro, envolvendo seis potências mundiais e o Irã, que prevê uma revogação limitada das sanções econômicas ao país nos próximos seis meses, em troca de restrições a atividades nucleares delicadas.
Também na sexta-feira, em Viena, a União Europeia disse que o Irã e as seis potências precisam de mais tempo para resolver questões técnicas complexas relacionadas à implementação do acordo -- o que foi tema de reuniões nos últimos quatro dias na capital austríaca.
Não ficou claro se as declarações de Araghchi estavam relacionadas à necessidade de mais tempo.
O Departamento do Tesouro dos EUA disse que os acréscimos à lista negra mostram que o acordo de Genebra "não interfere e não irá interferir em nossos continuados esforços para expormos e perturbamos aqueles que apoiam o programa nuclear do Irã ou buscam escapar às nossas sanções".
Alguns parlamentares dos EUA querem impor mais punições à República Islâmica. O governo de Barack Obama tenta evitar isso, e na quinta-feira ganhou o apoio do presidente da Comissão de Bancos do Senado.
O Irã diz repetidamente que não aceitará pressões, e que novas sanções "podem matar o acordo".