Reator nuclear no Irã: "acho que temos um roteiro", disse ministro iraniano (Atta Kenare/AFP)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2014 às 12h38.
Nova York - O governo iraniano acredita que possa fechar com as potências mundiais um roteiro que implique no final das sanções impostas ao Irã em troca de definir acordos sobre seu programa nuclear.
"Acho que temos um roteiro", afirmou o ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, em uma entrevista à revista mensal americana "The National Interest" reproduzida nesta quinta-feira em sua edição digital.
Zarif se encontra em Nova York para participar de uma nova rodada de negociações com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha) a fim de antecipar posições sobre o programa nuclear iraniano.
O alto funcionário se reuniu ontem com a chefe da diplomacia europeia, Katherine Ashton, e espera-se que hoje mantenha outros contatos bilaterais, enquanto amanhã, sexta-feira, começará a reunião do Irã com o Grupo 5+1.
O ministro iraniano disse que em uma anterior rodada de negociações realizada em Genebra em novembro ficou combinado um acordo a longo prazo que implicava que o programa nuclear do Irã seguisse sendo "exclusivamente pacífico".
E o segundo objetivo, lembrou, é que sejam "eliminadas todas as sanções" impostas pelos Estados Unidos, a União Europeia e a ONU perante as preocupações do Ocidente pelo desenvolvimento de programa de enriquecimento de urânio no Irã.
"Acho que podemos alcançar os dois objetivos com bastante facilidade", acrescentando que alguns setores dos Estados Unidos estão interessados em que essas sanções sejam mantidas.
"Não estamos pedindo garantias de segurança, não estamos pedindo dinheiro, não estamos pedindo aos Estados Unidos que simplesmente levante as sanções. Em troca, o Irã está disposto a pôr limites em seu programa nuclear", acrescentou.
O ministro lembrou que quando estas sanções começaram a ser impostas há oito anos pela ONU, "por pressões dos EUA.", o Irã tinha menos de 200 centrífugas.
"Agora temos 20 mil. O povo pode ver que as sanções geraram todas essas centrífugas", disse.