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Inundações deixam mais de 300 mortos em Serra Leoa

O saldo de mortes pode aumentar já que as equipes de resgate continuam percorrendo os bairros afetados, com ruas inundadas e algumas casas soterradas

Inundações: em imagens da capital divulgadas pela imprensa local, veem-se moradores tentando cruzar uma rua com a água na altura da cintura (Ernest Henry/Reuters)

Inundações: em imagens da capital divulgadas pela imprensa local, veem-se moradores tentando cruzar uma rua com a água na altura da cintura (Ernest Henry/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de agosto de 2017 às 10h32.

Pelo menos 312 pessoas morreram nessa segunda-feira (14) na capital de Serra Leoa, Freetown, onde fortes chuvas provocaram deslizamentos e rios de lama - informou a Cruz Vermelha local.

O número de vítimas pode aumentar, disse à AFP o porta-voz da Cruz Vermelha Patrick Massaquoi, já que as equipes de resgate continuam percorrendo os bairros afetados, com ruas inundadas e algumas casas soterradas pelos deslizamentos de terra.

Pouco antes, um funcionário do Hospital Connaught, de Freetown, havia relatado a chegada de "pelo menos" 180 corpos ao necrotério do estabelecimento.

Segundo ele, não há lugar para acomodar todos os cadáveres e, por isso, muitos foram trasladados para necrotérios particulares.

Em imagens da capital divulgadas pela imprensa local, veem-se moradores tentando cruzar uma rua com a água na altura da cintura.

Fatmata Sesay, que vive na colina de Juba, contou que seus três filhos e seu marido acordaram com o barulho da chuva sobre o telhado de sua casa de barro já debaixo d'água. Eles conseguiram escapar, subindo no telhado.

"Perdemos tudo e não temos onde dormir", lamentou.

Perigo recorrente

A ONG local Society 4 Climate Change Communication publicou no Twitter a foto de cinco corpos sujos de lama, entre eles o de uma menina. Vídeos divulgados por essa ONG mostram ruas inundadas por rios transbordados.

Uma parte da colina que domina o bairro de Regent desabou sobre várias casas, agravando a situação, segundo a imprensa local.

Uma fonte das equipes de resgate, Candy Rogers, assegurou que mais de 2.000 pessoas estão sem teto, fazendo antever o enorme esforço humanitário que será necessário para ajudar as vítimas. De acordo com a ONU, cerca de 60% da população leonesa vive abaixo do limite da pobreza.

As inundações são um perigo recorrente em Serra Leoa, onde as chuvas torrenciais costumam destruir as residências mais precárias. Em Freetown, uma cidade superpopulosa, com cerca de 1,2 bilhão de habitantes, chove ao menos seis meses por ano.

Em setembro de 2015, inundações deixaram dez mortos na capital, onde cerca de 9.000 pessoas perderam sua casa.

Na época, o ministro da Saúde alertou para os riscos sanitários relacionados com as inundações, como a possibilidade de surto de cólera.

Junto com Guiné e Libéria, Serra Leoa faz parte dos países da África Ocidental mais afetados pela epidemia de ebola que matou mais de 11.300 pessoas entre 2013 e 2016.

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