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Inteligência dos EUA reclama de "pandemia" de vazamentos de informações

Anúncio gerou críticas de legisladores democratas, que argumentam que o governo estava encobrindo a ajuda russa para a campanha de reeleição de Donald Trump

John Ratcliffe defendeu a decisão do governo de Donald Trump de suspender as reuniões informativas presenciais sobre segurança eleitoral diante do Congresso (AFP/AFP)

John Ratcliffe defendeu a decisão do governo de Donald Trump de suspender as reuniões informativas presenciais sobre segurança eleitoral diante do Congresso (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 30 de agosto de 2020 às 19h51.

Última atualização em 31 de agosto de 2020 às 12h56.

O diretor de Inteligência dos Estados Unidos, John Ratcliffe, defendeu neste domingo (30) a decisão do governo de Donald Trump de suspender as reuniões informativas presenciais sobre segurança eleitoral diante do Congresso, denunciando uma "pandemia" de vazamentos por parte dos deputados.

O diretor da Inteligência Nacional informou por escrito aos principais deputados de ambos os partidos no comitês de inteligência da Câmara e do Senado.

O anúncio gerou críticas de legisladores democratas, que argumentam que o governo estava encobrindo a ajuda russa para a campanha de reeleição do presidente Donald Trump.

Ratcliffe expressou frustração com os vazamentos de uma sessão informativa de contra-espionagem no Congresso há um mês, no qual legisladores foram informados de que China, Rússia e Irã estavam tentando interferir nas eleições de 3 de novembro.

"Em minutos vários membros do Congresso foram a vários meios de comunicação diferentes e vazaram informações confidenciais", ressaltou Ratcliffe à Fox News.  O funcionário disse que os vazamentos visam "criar uma narrativa que simplesmente não é verdade, que a Rússia é de alguma forma uma ameaça maior à segurança nacional do que a China".

"Vou continuar a manter o Congresso informado. Mas tivemos uma pandemia de vazamentos de informações fora da comunidade de inteligência. E tomarei medidas para garantir que isso termine", acrescentou.

A medida ocorre dois meses antes das eleições, sobre a qual Trump minimiza a ameaça de interferência estrangeira, que ele diz estar sendo politizada pelos oponentes democratas.

"Não quero subestimar a Rússia - eles são uma séria ameaça à segurança nacional - mas dia após dia as ameaças que enfrentamos da China são significativamente maiores", afirmou Ratcliffe.

"Qualquer pessoa que veja as informações da inteligência sabe disso, e qualquer pessoa que diga algo diferente está apenas politizando as informações para sua própria narrativa", acrescentou.

As sessões informativas serão por escrito, mas o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, declarou que os legisladores estão sendo privados da capacidade de questionar.

"Isso não faz sentido a menos que o objetivo seja não permitir que membros do Congresso, os representantes do povo americano, façam perguntas", disse o democrata à CNN.

"É uma inconsistência ilógica", afirmou Schiff, que acusou a Casa Branca de promover uma falsa narrativa de que a interferência russa nas eleições para ajudar Trump "não era diferente do que outros países estão fazendo".

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