Intelectuais turcos defendem jornal atacado pelo presidente
"A democracia e a liberdade de expressão não deveriam ser sacrificados pelo frenesi das eleições e o ódio que gera", escreveu Pamuk, prêmio Nobel de Literatura
Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2015 às 14h27.
Trinta personalidades turcas, incluindo o Prêmio Nobel de Literatura Orhan Pamuk, assinaram nesta quarta-feira um artigo intitulado "Todos atrás de vocês" no jornal Cumhuriyet, cujo editor-chefe foi processado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.
"A democracia e a liberdade de expressão não deveriam ser sacrificados pelo frenesi das eleições e o ódio que gera", escreveu Pamuk, que já teve tensas relações com o Estado no passado.
Cumhuriyet, próximo da oposição, publicou na sexta-feira imagens que sugerem que o governo islâmico-conservador de Ancara entregou armas aos rebeldes jihadistas sírios.
Essas acusações provocaram a ira do regime, que sempre negou apoiar grupos jihadistas opostos ao governo de Damasco.
Erdogan, que assegurou que o jornal iria "pagar caro" por essa informação, apresentou uma queixa por espionagem e publicação de notícias falsas contra o editor-chefe do Cumhuriyet, Can Dundar.
Esta nova disputa entre Erdogan e a imprensa ocorre a quatro dias das eleições legislativas de domingo. O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governa desde 2002, é o favorito nas eleições.
Erdogan espera uma vitória esmagadora do AKP para reformar a Constituição.
Trinta personalidades turcas, incluindo o Prêmio Nobel de Literatura Orhan Pamuk, assinaram nesta quarta-feira um artigo intitulado "Todos atrás de vocês" no jornal Cumhuriyet, cujo editor-chefe foi processado pelo presidente Recep Tayyip Erdogan.
"A democracia e a liberdade de expressão não deveriam ser sacrificados pelo frenesi das eleições e o ódio que gera", escreveu Pamuk, que já teve tensas relações com o Estado no passado.
Cumhuriyet, próximo da oposição, publicou na sexta-feira imagens que sugerem que o governo islâmico-conservador de Ancara entregou armas aos rebeldes jihadistas sírios.
Essas acusações provocaram a ira do regime, que sempre negou apoiar grupos jihadistas opostos ao governo de Damasco.
Erdogan, que assegurou que o jornal iria "pagar caro" por essa informação, apresentou uma queixa por espionagem e publicação de notícias falsas contra o editor-chefe do Cumhuriyet, Can Dundar.
Esta nova disputa entre Erdogan e a imprensa ocorre a quatro dias das eleições legislativas de domingo. O Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP), que governa desde 2002, é o favorito nas eleições.
Erdogan espera uma vitória esmagadora do AKP para reformar a Constituição.