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Insegurança se tornou regra no mercado de trabalho, diz OIT

Segundo relatório da organização, só 1/4 dos trabalhadores tem uma relação laboral estável, de turno integral e com contrato permanente

Trabalho informal: a informalidade continua sendo a prática mais generalizada, diz OIT (Marcos Santos/USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 18 de maio de 2015 às 21h34.

Genebra - O emprego assalariado representa só metade do emprego mundial, a outra parte adota formas como o trabalho autônomo ou atividades econômicas familiares para viver.

Além disso, só um quarto dos trabalhadores tem uma relação laboral estável, de turno integral e com contrato permanente.

As informações foram divulgadas nesta segunda-feira no relatório "Perspectivas Sociais e do Emprego no Mundo 2015", apresentado pela Organização Internacional do Trabalho ( OIT ) e que evidenciou que a insegurança no mercado de trabalho aumentou, tanto nas economias avançadas como nas emergentes.

O modelo considerado "padrão" - o que melhor garante proteção social - já não é predominante entre os empregos gerados, nem sequer nos países desenvolvidos.

As últimas estatísticas disponíveis mostram, por exemplo, que só 16% de trabalhadores autônomos contribuem com a previdência.

No resto do mundo, embora tenha se observado alguma melhora dos contratos e das relações de emprego, a informalidade continua sendo a prática mais generalizada.

Nos níveis inferiores das cadeias de abastecimento mundial - onde são gerados um em cada cinco empregos em escala global, os contratos de muito curta duração e horários irregulares estão se tornando regra.

Se os contratos são vistos como um dos mecanismos mais efetivos para a proteção do trabalhador, a situação é precária porque, segundo dados da OIT, mais de 60% dos empregados não tem nenhum tipo.

No conjunto de economias avançadas só 17% está nessa situação, enquanto no extremo oposto está a América Latina, com 69%.

Os analistas da OIT não puderam avaliar o resto das regiões em desenvolvimento por falta de dados suficientes.

"Estes dados indicam um mundo de trabalho cada vez mais diversificado, em alguns casos com formas atípicas de emprego", disse em entrevista coletiva o diretor-geral da OIT, o britânico Guy Ryder.

Se uma parte dessas novas formas de relação laboral podem ajudar a conseguir um emprego, "também são o reflexo da insegurança generalizada que afeta muitos trabalhadores no mundo de hoje", acrescentou.

Segundo a instituição, a taxa mundial de desemprego é de 5,9% (201 milhões de pessoas) e de 13% para os jovens, menor que os 6,4% e maior que os 12,9%, respectivamente, registrados em 2000.

A cada ano 40 milhões de pessoas entram no mercado de trabalho.

Sem dúvida, um dos maiores desafios é resolver "o problema da transição dos jovens à vida economicamente ativa", comentou à Efe o diretor da área de pesquisa da OIT, Raymond Torres.

Neste campo, o panorama na América Latina é misto, com países como o Chile e Uruguai, "que o estão fazendo melhor", enquanto Brasil e México têm mais dificuldades para melhorar o emprego juvenil.

Na seleção dos países que a OIT tomou para a apresentação de seu relatório anual, a Alemanha, com uma taxa de 7,6% de desemprego entre os jovens, é o país mais bem colocado nesse segmento.

Entre os europeus a Espanha exibe a pior taxa, com 57,9% de desemprego juvenil, seguida pela Grécia 53,9% e pela Itália com 44,1%, segundo os dados colhidos pelo organismo técnico das Nações Unidas.

"Os sistemas educacionais que não se conectam o suficiente com as necessidades do mercado e o desprestígio das carreiras técnicas são, em boa parte dos casos, por razões culturais", e explicam boa parte da crise do emprego juvenil em muitos países, disse Torres.

Isto tem começado pouco a pouco a mudar, com o surgimento de graduações universitárias com um forte componente técnico e carreiras formuladas após diálogos com o setor empresarial.

São Paulo - O portal de empregos norte-americano CareerCast costuma divulgar levantamentos sobre o mercado de trabalho sob vários aspectos, como um ranking com profissões que mais pagam bem, as carreiras mais valorizadas, entre outros, para seu Relatório anual de Classificação de Empregos. E agora o site aponta em um ranking quais são os trabalhos mais estressantes para este ano. Para criar a classificação, o CareerCast analisou uma série de características de trabalho que podem causar estresse na vida de um profissional. Frequência de viagens, potencial de crescimento, prazos, lidar com o público, competitividade, esforços físicos, condições climáticas, desafios encontrados, riscos à própria vida, riscos à vida alheia e encontros com o público são as 11 demandas calculadas para chegar à média de estresse em cada profissão. Aliás, o levantamento mostrou que nem sempre os trabalhos mais perigosos trazem mais estresse. Prazos curtos, normalmente enfrentados por profissionais como fotojornalistas ou coordenadores de eventos, também contribuem para o baixo equilíbrio emocional que estas carreiras oferecem. Confira o ranking a seguir.
  • 2. 1º lugar: Bombeiro

    2 /12(Noah Berger/Reuters)

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    A profissão do bombeiro não se limita apenas a lutar contra as chamas, pois eles também devem estar presentes para emergências médicas e desastres naturais. Pontuação do estresse na classificação: 71,59
    Salário médio anual: US$ 45.600 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: 7%
  • 3. 2º Militares

    3 /12(AFP/ Manjunath Kiran)

  • Também em situação de perigo em muitos casos, os homens e mulheres alistados nas Forças Armadas dos Estados Unidos devem estar sempre preparados para proteger a nação, tanto internamente quanto no exterior. Pontuação do estresse na classificação: 70,78
    Salário médio anual: US$ 28.840 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: --
  • 4. 3º General militar

    4 /12(Shah Marai/AFP)

    Além de proteger o país e de também estarem sujeitos à situações arriscadas, os generais militares são responsáveis pelas vidas de todos os outros soldados que lideram. Pontuação do estresse na classificação: 63,11
    Salário médio anual: US$ 196.300 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: --
  • 5. 4º Piloto de aviação

    5 /12(Greg Wood/AFP)

    Já parou para pensar em quantas vidas são carregadas por mês por um piloto de avião? Além de muito treinamento para pilotar, essa responsabilidade colocou a profissão como a quarta mais estressante no ranking do CareerCast. Pontuação do estresse na classificação: 60,46
    Salário médio anual: US$ 98.410 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: -1%
  • 6. 5º Policial

    6 /12(Leon Neal/AFP)

    O lema dos policiais no trabalho é "proteger e servir", algo que define como é estressante a vida de um policial que deve proteger os cidadãos e servir os interesses de suas comunidades. Pontuação do estresse na classificação: 50,82
    Salário médio anual: US$ 56.980 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: 5%
  • 7. 6º Ator

    7 /12(Gareth Cattermole/Getty Images)

    Apesar de não ser uma profissão que oferece riscos (como as cinco anteriores), atuar também está entre os trabalhos mais estressantes na classificação do CareerCast. Os vários testes, viagens e outros desafios definem o quanto a vida de um ator em tempo integral pode ser estressante e difícil. Pontuação do estresse na classificação: 50,33
    Salário médio anual: US$ 46.070 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: 4%
  • 8. 7º Locutor de rádio

    8 /12(Dreamstime)

    Locutores de rádio e jornalistas de televisão acabam lidando o tempo todo com o público e sempre são cobrados pela audiência de seus veículos, o que torna essa área em uma das mais estressantes na classificação. Pontuação do estresse na classificação: 50,30
    Salário médio anual: US$ 60.070 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: 2%
  • 9. 8º Coordenador de eventos

    9 /12(Fernando Moraes)

    Desde casamentos até seminários, congressos e lançamentos de produtos, os coordenadores de evento possuem uma lista de afazeres enorme para cumprir, e tudo muitas vezes deve ser feito em um curto espaço de tempo. Pontuação do estresse na classificação: 49,93
    Salário médio anual: US$ 45.810 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: 33%
  • 10. 9º Fotojornalista

    10 /12(REUTERS/Suzanne Plunkett)

    Muitas vezes, as fotos que ilustram as matérias nos jornais, sites e revistas podem significar mais do que palavras e tornam-se eternas. Algumas vezes chega a ser difícil imaginar como uma determinada imagem foi capturada, já que o fotojornalista em muitos casos tem que arriscar sua própria segurança para captar os momentos mais marcantes do mundo com suas lentes. E apesar de muitos profissionais do ramo ganharem prestígio, a profissão também é uma das mais estressantes. Pontuação do estresse na classificação: 49,22
    Salário médio anual: US$ 42.530 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: 3%
  • 11. 10º Repórter

    11 /12(MorgueFile)

    Além dos curtos prazos e de lidar com o público, a baixa remuneração e as condições de trabalho a qual muitos repórteres estão sujeitos faz desta profissão uma das mais estressantes - e até mesmo perigosas - em várias partes do mundo. Pontuação do estresse na classificação: 48,76
    Salário médio anual: US$ 37.090 dólares
    Expectativa de demanda até 2022: -13%
  • 12. Veja agora 42 profissões promissoras para 2015

    12 /12(Getty Images)

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