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Inquérito repreende Tony Blair por atacar Iraque

Blair respondeu que tomou a decisão de ir à guerra no Iraque "de boa fé", que ainda acredita que foi melhor derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein

Tony Blair: longamente aguardado, o relatório da investigação não chegou a dizer que a ação militar foi ilegal (Stefan Rousseau / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2016 às 09h35.

Londres - Um inquérito britânico a respeito da guerra do Iraque repreendeu o ex-primeiro-ministro Tony Blair e seu governo, nesta quarta-feira, por terem se juntado à invasão comandada pelos Estados Unidos sem uma base legal satisfatória ou planejamento adequado.

Blair respondeu que tomou a decisão de ir à guerra no Iraque "de boa fé", que ainda acredita que foi melhor derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein e que não vê a ação como a causa do terrorismo atual, seja no Oriente Médio ou em outro local.

Longamente aguardado, o relatório da investigação não chegou a dizer que a ação militar foi ilegal, uma posição que certamente irá decepcionar os críticos de Blair.

"Concluímos, entretanto, que as circunstâncias nas quais foi decidido que havia uma base legal para a ação militar estavam longe de satisfatórias", disse John Chilcot, que presidiu o inquérito, em um discurso no qual apresentou suas conclusões.

Blair argumentou que o relatório deveria exonerá-lo das acusações de ter mentido.

"O relatório deveria colocar uma pá de cal nas alegações de má fé, mentiras ou falsidade", afirmou o ex-premiê em um comunicado.

"Quer as pessoas concordem ou discordem de minha decisão de adotar uma ação militar contra Saddam Hussein, eu a tomei de boa fé e porque acreditei ser de interesse do país".

Parentes de alguns dos soldados britânicos mortos no Iraque disseram que irão estudar o documento para descobrir se existe a possibilidade de processar os responsáveis pela ação militar.

O relatório de Chilcot disse que não havia uma ameaça iminente de Saddam em março de 2003, e que o caos desencadeado no Iraque e na região também deveria ter sido previsto.

A invasão e a instabilidade subsequente do Iraque resultaram nas mortes de pelo menos 150 mil iraquianos até 2009, a maioria civis, e no deslocamento de mais de um milhão.

O documento diz que o Reino Unido se aliou à invasão sem ter esgotado as opções pacíficas, subestimou as consequências da invasão e que seu planejamento foi totalmente inadequado.

Publicado sete anos depois da instauração do inquérito, o relatório tem 2,6 milhões de palavras –-cerca de três vezes o tamanho da Bíblia-– e inclui detalhes de conversas entre Blair e o então presidente dos EUA, George W. Bush, a respeito da invasão.

"Está claro agora que a política para o Iraque foi determinada com base em inteligência e avaliações imprecisas. Elas não foram questionadas, e deveriam ter sido", afirmou Chilcot.

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Londres - Um inquérito britânico a respeito da guerra do Iraque repreendeu o ex-primeiro-ministro Tony Blair e seu governo, nesta quarta-feira, por terem se juntado à invasão comandada pelos Estados Unidos sem uma base legal satisfatória ou planejamento adequado.

Blair respondeu que tomou a decisão de ir à guerra no Iraque "de boa fé", que ainda acredita que foi melhor derrubar o ditador iraquiano Saddam Hussein e que não vê a ação como a causa do terrorismo atual, seja no Oriente Médio ou em outro local.

Longamente aguardado, o relatório da investigação não chegou a dizer que a ação militar foi ilegal, uma posição que certamente irá decepcionar os críticos de Blair.

"Concluímos, entretanto, que as circunstâncias nas quais foi decidido que havia uma base legal para a ação militar estavam longe de satisfatórias", disse John Chilcot, que presidiu o inquérito, em um discurso no qual apresentou suas conclusões.

Blair argumentou que o relatório deveria exonerá-lo das acusações de ter mentido.

"O relatório deveria colocar uma pá de cal nas alegações de má fé, mentiras ou falsidade", afirmou o ex-premiê em um comunicado.

"Quer as pessoas concordem ou discordem de minha decisão de adotar uma ação militar contra Saddam Hussein, eu a tomei de boa fé e porque acreditei ser de interesse do país".

Parentes de alguns dos soldados britânicos mortos no Iraque disseram que irão estudar o documento para descobrir se existe a possibilidade de processar os responsáveis pela ação militar.

O relatório de Chilcot disse que não havia uma ameaça iminente de Saddam em março de 2003, e que o caos desencadeado no Iraque e na região também deveria ter sido previsto.

A invasão e a instabilidade subsequente do Iraque resultaram nas mortes de pelo menos 150 mil iraquianos até 2009, a maioria civis, e no deslocamento de mais de um milhão.

O documento diz que o Reino Unido se aliou à invasão sem ter esgotado as opções pacíficas, subestimou as consequências da invasão e que seu planejamento foi totalmente inadequado.

Publicado sete anos depois da instauração do inquérito, o relatório tem 2,6 milhões de palavras –-cerca de três vezes o tamanho da Bíblia-– e inclui detalhes de conversas entre Blair e o então presidente dos EUA, George W. Bush, a respeito da invasão.

"Está claro agora que a política para o Iraque foi determinada com base em inteligência e avaliações imprecisas. Elas não foram questionadas, e deveriam ter sido", afirmou Chilcot.

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