Inflação na Argentina sobe 25,5% em dezembro e fecha o ano em 211,4%
Este foi o primeiro dado mensal com o país já sob comando de Javier Milei, que adotou medidas duras para tentar baixar os preços
Repórter de macroeconomia
Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 17h03.
Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 17h11.
A inflação de preços ao consumidor (IPC) na Argentina atingiu 25,5% em dezembro, segundo o Indec, órgão de estatísticas do governo argentino. Com isso, o país terminou 2023 com taxa anual de 211,4%.
Segundo o jornal La Nación, este é o maior percentual desde 1990, quando o país estava saindo de uma crise de hiperinflação.
Em novembro, o IPC havia subido 12,8%. Em outubro, a taxa foi de 8,3%.
Os setores com maior alta em dezembro foram bens e serviços, com 32,7% de aumento, saúde (+32,6%) e alimentos e bebidas (+29,7%).
Este foi o primeiro dado mensal de inflação registrado no governo de Javier Milei, que tomou posse em 10 de dezembro. O presidente anunciou dois grandes pacotes de medidas econômicas nas últimas semanas, mas vem repetindo que a queda dos preços deve demorar.
As mudanças de Milei retiram subsídios da economia e acabaram com regras que limitavam aumentos de preço. Houve também forte desvalorização do peso na cotação oficial. Com isso, uma alta mais forte nos preços já era esperada.
O presidente disse há alguns dias que se a taxa ficasse em 30%, seria um "numeraço". "Vínhamos para 45%. Significaria que cortamos um terço", disse, em entrevista a uma rádio.
Na manhã desta quinta, antes da divulgação dos dados, um porta-voz do governo disse que a inflação atual é responsabilidade da gestão anterior, e que o país ainda corre risco de hiperinflação.