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Indústria tecnológica é duramente afetada pelo terremoto

Fábricas interromperam a produção após o terremoto e muitas continuam paradas

Especialistas acreditam que o terremoto pode  "desorganizar a produção" japonesa (Getty Images)

Especialistas acreditam que o terremoto pode "desorganizar a produção" japonesa (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de março de 2011 às 18h00.

Paris - O sismo no Japão vai propagar sua onda de choques sobre o mercado mundial de produtos eletrônicos e novas tecnologias, uma vez que aquele país é, ao mesmo tempo, um grande produtor de televisores, telefones celulares e máquinas fotográficas, e fornecedor essencial de componentes.

"Sabemos que isso vai perturbar parte da indústria mundial em algum momento", indica à AFP Philippe Citroën, diretor geral da Sony France.

"É cedo demais para se fazer prognósticos, mas haverá consequências sobre a produção" japonesa de produtos eletrônicos para o grande público, acrescenta.

Ao todo, seis fábricas japonesas da Sony estão paradas. Uma delas, em Sendai (nordeste), foi literalmente "afogada" pela onda de dez metros que atingiu a cidade na sexta-feira depois do terremoto, e mesmo que seus 1.100 funcionários estejam sãos e salvos, "há grandes estragos", segundo Citroën.

"Nossas fábricas, como a Lumix (máquinas fotográficas) ou a Sanyo, não funcionam mais, seja porque sofreram estragos ligados ao tremor de terra ou ao tsumani, seja por medida de precaução porque elas estão situadas próximo à central nuclear (de Fukushima)", declara um porta-voz francês da fábrica japonesa Panasonic.

O terremoto teve um impacto sobre as máquinas de produção e "mesmo que não tenham quebrado, é preciso reajustá-las", explica. Ele alerta para as dificuldades de transporte de mercadorias por causa do terremoto e dos cortes de eletricidade devido aos problemas nas centrais nucleares, que podem "desorganizar a produção".

As empresas japonesas não são as únicas a sofrerem o impacto da catástrofe de magnitude histórica que atingiu o arquipélago.

"Um grande número de usinas fabrica componentes que alimentam, não apenas nossas fábricas, como também as de nossas concorrentes. Sabemos que isso vai perturbar parte da indústria mundial em algum momento", ressalta Citroën.

Além disso, algumas fábricas de semicondutores, como a Shin-Etsu e a Sumco, ainda estão paradas. Apenas essas duas empresas representam 60% da produção mundial.

A queda dos estoques não é a única causa dos atrasos no fornecimento, já que o transporte por via marítima é demorado. Mas se nenhuma solução for encontrada em três meses, as reservas podem se esgotar, segundo alguns analistas.

"Poderá haver uma escassez de smartphones", adverte Jeremy Davies, diretor geral da companhia de estudos de mercado IT Context.

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