Indústria quer fornecer mais para projetos do pré-sal
Governo quer garantir maior participação das empresas locais no pré-sal, exigindo o uso de material produzido no Brasil nos projetos
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Brasília - A indústria nacional quer aumentar sua presença na lista de fornecedores da Petrobras, mas tem encontrado dificuldades para entrar no seleto grupo de parceiros da operadora única do pré-sal. O governo reconhece as dificuldades e trabalha para transformar a descoberta numa oportunidade para desenvolver, no Brasil, tecnologia de ponta para equipamentos para o setor.
Uma das formas de garantir maior participação das empresas locais no pré-sal será a exigência do uso de material produzido no Brasil nos projetos. A norma ainda não está fixada, mas pelas avaliações das reuniões já realizadas, admite-se que, para trabalhar no pré-sal, as empresas terão de utilizar 75% de materiais "made in Brazil".
Representantes das indústrias de eletroeletrônicos e de máquinas, entretanto, já foram ao Ministério de Minas e Energia reclamar que suas associadas têm dificuldades para vender para a Petrobras, apesar das regras de conteúdo local. Mesmo empresas estrangeiras que se associaram a firmas locais para aproveitar as exigências de conteúdo nacional encontram problemas.
"Tenho reclamações de empresas que vieram para cá, se associaram e não conseguem vender. Isso é um ponto que vamos ter de trabalhar", afirma o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério, Marco Antônio Martins Almeida.
Na avaliação do governo, o grande volume de investimentos e equipamentos demandados para exploração do pré-sal vai dar à indústria local algo que elas não tiveram até agora: escala. Na incerteza sobre quanto venderiam, alguns setores da indústria pouco investiram em tecnologia.
"Isso é a grande mudança que o pré-sal trouxe. Ele caracterizou que vou ter demanda continuada e com escala para todos os equipamentos, abrindo espaço para que a indústria possa investir em capacitação", avalia Almeida. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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