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Índios ocupam canteiro de obras de usina em Mato Grosso

Brasília - Cerca de 300 índios de oito etnias diferentes estão ocupando a entrada do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, na cidade Aripuanã (MT), e impedindo a entrada e saída de 100 trabalhadores que vivem dentro da área. Segundo o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína (MT), Antônio Carlos […]

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 12h39.

Brasília - Cerca de 300 índios de oito etnias diferentes estão ocupando a entrada do canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Dardanelos, na cidade Aripuanã (MT), e impedindo a entrada e saída de 100 trabalhadores que vivem dentro da área.

Segundo o coordenador da Fundação Nacional do Índio (Funai) em Juína (MT), Antônio Carlos Ferreira Aquino, os índios reivindicam ações de reparação porque a hidrelétrica está sendo construída em cima de um cemitério sagrado para eles. “Eles não querem dinheiro em mãos”, explica Aquino. ]" que eles querem é um programa de sustentabilidade da área que venha a ressarcir a perda que eles tiveram com esse sítio arqueológico", completa o coordenador da Funai.

De acordo com ele, não há violência no local, que está ocupado desde as 5 horas da manhã de hoje. Mas o gerente de meio ambiente da Companhia Águas da Pedra, responsável pela usina, Paulo Rogério Novaes, diz que tem receio pelos trabalhadores que estão presos dentro da área. "Eles disseram que se em dois dias não aparecerem autoridades para resolver o problema, eles irão colocar fogo em todo o canteiro de obras", alega Novaes.

Na versão dele, o que os índios reivindicam são condições sociais melhores, como acesso à educação, à saúde, melhoria das estradas de acesso às aldeias e a inclusão deles no programa Luz para Todos. "São problemas que o Estado tem que resolver, mas eles acham que são responsabilidades da usina", afirma o gerente da Águas da Pedra.

Segundo ele, a hidrelétrica não funcionará com represas e seu impacto ambiental é baixo. Com isso, os índios não seriam atingidos diretamente pela obra, uma vez que a aldeia mais próxima fica a 42 quilômetros de distância. "Mas nós temos um programa de ações mitigadoras que trata de medidas de apoio social. Só que esse programa foi entregue à Funai em 2005 e até hoje nós não obtivemos resposta. Nós queremos fazer alguma coisa, mas estamos esperando para saber o que e como", alega Novaes.

A conclusão das obras da Usina de Dardanelos está prevista para até o fim deste ano. A expectativa tanto do coordenador da Funai, quanto do gerente da Águas da Pedra, é que autoridades do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Ministério de Minas e Energia e da Funai, em Brasília, cheguem à região no norte de Mato Grosso amanhã (26).

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