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Índia lembra estupro de jovem que comoveu o país

Obras teatrais e outros atos serviram para prestar homenagem à jovem de 23 anos estuprada e assassinada há um ano, em um fato que comoveu a Índia

Mulheres durante protesto na Índia: no dia 16 de dezembro de 2012, uma estudante de fisioterapia foi estuprada e torturada por seis homens em um ônibus (Hindustan Times/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de dezembro de 2013 às 08h38.

Nova Deli - Obras teatrais e outros atos serviram nesta segunda-feira para prestar homenagem à jovem de 23 anos estuprada e assassinada há um ano, em um fato que comoveu a Índia e provocou protestos sem precedentes em defesa da mulher .

Na noite do dia 16 de dezembro de 2012, uma estudante de fisioterapia que era acompanhada por um jovem foi estuprada e torturada por seis homens em um ônibus em movimento na cidade de Nova Deli, e 13 dias depois morreu em um hospital de Singapura.

Quando se completa um ano da tragédia, a Índia lembrou da jovem com vários atos em todo o país.

Em Jantan Mantar, o "manifestódromo" da capital, o Grupo de Artistas Cidadãos junto com outras ONGs organizou uma jornada de obras teatrais, números musicais e comícios sobre questões relacionadas com a mulher.

Sobre uma cerca, pinturas de chamativas cores tratavam de expressar a situação da mulher no país asiático, enquanto jovens artistas pintavam novos quadros.

Na zona de Saket, onde a vítima tomou o ônibus, ocorreu uma pequena vigília.

Os pais da vítima, entrevistados pela televisão "NDTV", afirmaram que "esperam justiça", em referência ao fato de que os quatro condenados à pena de morte não foram enforcados ainda.

Um quinto condenado menor de idade foi sentenciado a três anos de prisão, enquanto um sexto acusado se suicidou na prisão, de acordo com a versão oficial.

"As pessoas deveriam denunciar qualquer incidente à Polícia e assegurar que os culpados serão castigados", aconselharam os pais da jovem.

O acompanhante da jovem estuprada e assassinada, Avanindra Pandey, afirmou em uma entrevista à mesma televisão que segue se sentindo culpado pelo ocorrido.


"Frequentemente me pergunto se sou o culpado. Por que fui ao centro comercial? Por que subi no ônibus?", se perguntou o jovem de 29 anos.

Muitos questionam o que mudou no país um ano após uma tragédia que provocou protestos e um debate sem precedentes na Índia .

"Não acho que tenha mudado muito. A situação melhorou um pouco, mas não o suficiente", disse à Agência Efe Shristi Mittal, um estudante de moda, que foi a Jantar Mantar.

"Não me sinto segura na rua. Se puder, não saio só", disse a jovem de 20 anos que mora em uma residência de estudantes.

Centenas de mulheres enfurecidas se manifestaram contra os estupros nas ruas de Nova Délhi e perante o Parlamento, onde a polícia fez uso de material antidistúrbios para dispersá-las.

O Governo do Partido do Congresso se viu forçado a endurecer as leis contra os delitos sexuais, criou vias rápidas para os casos de estupro nos tribunais e regulamentou castigos para os policiais que não registrassem casos de violência contra a mulher.

Os especialistas acreditam que o legado da tragédia da jovem é o debate sem precedentes que foi aberto sobre a situação da mulher na esfera pública: pela primeira vez se fala às claras da violência sofrida pelas mulheres no gigante asiático.

O estupro de dezembro supôs que "a violência contra a mulher tenha presença agora na esfera pública quando até então não ocorria", disse à Agência Efe o sociólogo Dipankar Gupta.

Para Ranjana Kumari, diretora do Centro de Pesquisa Social de Nova Délhi, esta nova situação se manifesta no aumento das denúncias por estupro na capital e na atitude da imprensa.

As denúncias por estupro duplicaram na capital nos dez primeiros meses de 2013 com relação a 2012, com 1.330 denúncias frente a 706, enquanto os casos de assédio aumentaram de 727 a 2.844, quatro vezes mais.

Enquanto aumentam as denúncias, os jornais e televisões cobrem compulsivamente os casos de delitos sexuais.

Os jornais foram dominados pelo primeiro aniversário do estupro da jovem de 23 anos pela denúncia de uma advogada ao juiz aposentado do Tribunal Supremo, A. K. Ganguly, de assédio sexual.

Os meios de comunicação pediam a renúncia de Ganguly de seu cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos de Bengala Ocidental.

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Na noite do dia 16 de dezembro de 2012, uma estudante de fisioterapia que era acompanhada por um jovem foi estuprada e torturada por seis homens em um ônibus em movimento na cidade de Nova Deli, e 13 dias depois morreu em um hospital de Singapura.

Quando se completa um ano da tragédia, a Índia lembrou da jovem com vários atos em todo o país.

Em Jantan Mantar, o "manifestódromo" da capital, o Grupo de Artistas Cidadãos junto com outras ONGs organizou uma jornada de obras teatrais, números musicais e comícios sobre questões relacionadas com a mulher.

Sobre uma cerca, pinturas de chamativas cores tratavam de expressar a situação da mulher no país asiático, enquanto jovens artistas pintavam novos quadros.

Na zona de Saket, onde a vítima tomou o ônibus, ocorreu uma pequena vigília.

Os pais da vítima, entrevistados pela televisão "NDTV", afirmaram que "esperam justiça", em referência ao fato de que os quatro condenados à pena de morte não foram enforcados ainda.

Um quinto condenado menor de idade foi sentenciado a três anos de prisão, enquanto um sexto acusado se suicidou na prisão, de acordo com a versão oficial.

"As pessoas deveriam denunciar qualquer incidente à Polícia e assegurar que os culpados serão castigados", aconselharam os pais da jovem.

O acompanhante da jovem estuprada e assassinada, Avanindra Pandey, afirmou em uma entrevista à mesma televisão que segue se sentindo culpado pelo ocorrido.


"Frequentemente me pergunto se sou o culpado. Por que fui ao centro comercial? Por que subi no ônibus?", se perguntou o jovem de 29 anos.

Muitos questionam o que mudou no país um ano após uma tragédia que provocou protestos e um debate sem precedentes na Índia .

"Não acho que tenha mudado muito. A situação melhorou um pouco, mas não o suficiente", disse à Agência Efe Shristi Mittal, um estudante de moda, que foi a Jantar Mantar.

"Não me sinto segura na rua. Se puder, não saio só", disse a jovem de 20 anos que mora em uma residência de estudantes.

Centenas de mulheres enfurecidas se manifestaram contra os estupros nas ruas de Nova Délhi e perante o Parlamento, onde a polícia fez uso de material antidistúrbios para dispersá-las.

O Governo do Partido do Congresso se viu forçado a endurecer as leis contra os delitos sexuais, criou vias rápidas para os casos de estupro nos tribunais e regulamentou castigos para os policiais que não registrassem casos de violência contra a mulher.

Os especialistas acreditam que o legado da tragédia da jovem é o debate sem precedentes que foi aberto sobre a situação da mulher na esfera pública: pela primeira vez se fala às claras da violência sofrida pelas mulheres no gigante asiático.

O estupro de dezembro supôs que "a violência contra a mulher tenha presença agora na esfera pública quando até então não ocorria", disse à Agência Efe o sociólogo Dipankar Gupta.

Para Ranjana Kumari, diretora do Centro de Pesquisa Social de Nova Délhi, esta nova situação se manifesta no aumento das denúncias por estupro na capital e na atitude da imprensa.

As denúncias por estupro duplicaram na capital nos dez primeiros meses de 2013 com relação a 2012, com 1.330 denúncias frente a 706, enquanto os casos de assédio aumentaram de 727 a 2.844, quatro vezes mais.

Enquanto aumentam as denúncias, os jornais e televisões cobrem compulsivamente os casos de delitos sexuais.

Os jornais foram dominados pelo primeiro aniversário do estupro da jovem de 23 anos pela denúncia de uma advogada ao juiz aposentado do Tribunal Supremo, A. K. Ganguly, de assédio sexual.

Os meios de comunicação pediam a renúncia de Ganguly de seu cargo de presidente da Comissão de Direitos Humanos de Bengala Ocidental.

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