Placa sinaliza probabilidade alta de incêndio em Colfax, na Califórnia: presidente liberou verbas para o estado neste domingo (Jim Christie/Reuters)
Reuters
Publicado em 5 de agosto de 2018 às 14h33.
NOVA YORK (Reuters) - Uma sétima pessoa morreu em um incêndio florestal no norte da Califórnia no sábado, enquanto dois outros incêndios cresciam rapidamente em mais de 25 por cento durante a noite no Estado e continuavam a se espalhar.
A Casa Branca anunciou na manhã deste domingo que o presidente norte-americano Donald Trump declarou que há um grande desastre na Califórnia, uma medida que torna mais fácil para moradores, comerciantes, cidades e condados a obtenção de acesso a dinheiro federal, ajuda alimentar e outros programas.
"A assistência pode incluir subsídios para moradia temporária e consertos de casas, empréstimos de baixo custo para cobrir perdas de propriedades não seguradas e outros programas para ajudar indivíduos e donos de negócios a se recuperarem dos efeitos do desastre", disse a Casa Branca.
Mais moradores receberam ordens para evacuar suas casas neste final de semana, enquanto bombeiros enfrentavam altas temperaturas e fortes rajadas de vento.
O incêndio Carr, a cerca de 261 quilômetros ao norte de Sacramento, custou a vida de um funcionário de uma companhia elétrica no sábado, de acordo com uma afiliada da rede CBS, citando um porta-voz da PG&E Corporation. Porta-vozes da companhia elétrica e dos bombeiros não estavam imediatamente disponíveis para comentar.
O fogo, um dos mais destrutivos da história da Califórnia, já matou seis pessoas, incluindo uma bisavó e duas crianças, além de um bombeiro e um operador de escavadeira.
Outros dois incêndios chamados coletivamente de Complexo Mendocino ocorreram nos condados de Mendocino, Lake e Colusa, a cerca de 90 milhas ao norte de São Francisco. Os incêndios River e Ranch cresceram, cobrindo um total de 92.600 hectares até a noite de sábado, e eram considerados 32 por cento contidos.
Os incêndios na Califórnia neste ano já queimaram uma área maior que o normal para a "temporada de incêndios", disse Ken Pimlott, diretor do Departamento de Proteção contra Incêndios Florestais da Califórnia, durante coletiva de imprensa no sábado.
"A temporada de incêndios está apenas começando. O que antes faria parecer que estamos no auge da temporada, historicamente, é agora o tipo de condições que vemos bem no começo", disse Pimlott.
O governador da Califórnia Jerry Brown, que visitou algumas das áreas queimadas no sábado, afirmou "Isso é parte de uma tendência, o novo normal, com o que temos que lidar".
Na semana passada, incêndios na Califórnia atingiram cerca de 117.300 hectares, mais que o dobro da média de cinco anos durante o mesmo período, de acordo com os bombeiros.
O Complexo Mendocino cobre mais de dois terços do tamanho de Los Angeles.
Os incêndios forçaram a retirada de mais de 20 mil moradores e destruíram mais de 100 estruturas.
Mais evacuações foram ordenadas na tarde de sábado, mas não foram divulgadas estimativas de número de pessoas envolvidas.
Bombeiros conseguiram conter 41 por cento do Carr até o sábado, e autoridades estavam permitindo que alguns dos moradores voltassem.
Ambas as áreas continuam sob "alerta vermelho" pelo Serviço Nacional de Meteorologia devido aos fortes ventos, baixa umidade relativa do ar e temperaturas acima de 32 graus Celsius, todas condições que podem levar ao aumento de incêndios.
Até agora neste ano, incêndios nos EUA queimaram 2 milhões de hectares, muito mais que a média de 10 anos, de acordo com o Centro Nacional de Prevenção de Incêndios.