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Incêndios e ondas de calor castigam Portugal, Espanha, França e Itália

A Europa tem registrado nos últimos anos episódios climáticos cada vez mais extremos, em parte provocados pelo aquecimento global

Europa: as chamas fogem do controle principalmente na Espanha e na França, onde bombeiros trabalham incansavelmente para dominar o fogo (AFP/AFP Photo)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de julho de 2022 às 18h09.

Última atualização em 18 de julho de 2022 às 07h32.

Ondas de calor e incêndios florestais em série colocaram em alerta grande parte da Europa Ocidental no fim de semana. Portugal, Espanha, França e Itália lidam com focos de incêndio provocados pelo calor e a falta de chuva, com temperaturas frequentemente passando dos 40º C castigando grandes áreas do continente.

As chamas fogem do controle principalmente na Espanha e na França, onde bombeiros trabalham incansavelmente para dominar o fogo. Em emergência, o Reino Unido se prepara para termômetros acima de 37º C nos próximos dias - uma temperatura muito elevada para os padrões britânicos.

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Os espanhóis enfrentam 30 focos de incêndio ativos, a maioria atinge as províncias de Extremadura, Galícia e Astúrias. Mais de 600 homens foram deslocados para combater as chamas, que resistem em meio a temperaturas acima de 40ºC. O calor, associado a outras doenças pré-existentes em idosos, já matou 360 pessoas no país nos últimos dias.

Na França, os incêndios tiraram ao menos 16 mil pessoas de suas casas na região de Bordeaux. O fogo também atinge a costa do Mediterrâneo - destino veraneio muito popular na Europa. Segundo os meteorologistas, o calor deve se espalhar pela costa atlântica do país - geralmente mais acostumada a temperaturas amenas.

Em Portugal, o calor deu uma trégua nos últimos dias, caindo de 47º C para 42º C, o que permitiu o controle de alguns focos no norte do país. Desde o começo do mês, 238 idosos morreram no país por causa do calor.

Na Itália, o problema é a seca, que ameaça a safra de plantações agrícolas na bacia do Rio Pó. O governo destinou nesta semana 36 milhões de euros para o setor. A falta de chuva ameaça também a geração de energia, já que duas hidrelétricas tiveram de parar de funcionar por baixa nos reservatórios.

O calor não dá trégua nem à noite. Madri enfrenta há cinco noites temperaturas superiores a 25º C - um recorde, segundo meteorologistas locais. Nos últimos 100 anos, apenas 27 noites tiveram temperaturas acima dessa temperatura. Destas, 12 foram registradas nos últimos dez anos.

A Europa tem registrado nos últimos anos episódios climáticos cada vez mais extremos, em parte provocados pelo aquecimento global. No ano passado, enchentes causadas por chuvas muito acima da média inundaram a Alemanha e a Bélgica em julho. Em agosto, foi a vez da Grécia sofrer com incêndios florestais e ondas de calor. Ainda no ano passado, uma cidade na Sicília registrou a temperatura inédita de 51º C.

Ar-condicionado no máximo

Desacostumados ao calor extremo, os europeus tentam se defender como podem. Em Roma, onde as temperaturas superavam ontem os 30º C, os turistas enchiam suas garrafas de água nas tradicionais fontes da cidade.

"Está quente até dentro de casa. Estamos usando o ar-condicionado há dois meses. Temos de usá-lo com parcimônia, mas pelo menos para dormir é necessário", disse a maquiadora Serena Vendoni.

O uso do ar-condicionado fez a conta de luz da família Vendoni disparar e é um exemplo de um novo costume que começa a preocupar as autoridades europeia: um consumo de energia alto não apenas no inverno, quando a UE depende do gás russo, mas também no verão.

Na semana passada, a estatal russa Gazprom paralisou o envio de gás natural por meio do gasoduto Nordstream 1 e aumentou temores de retaliações aos países europeus pelo apoio à Ucrânia na guerra. Com um consumo mais intenso, esse prejuízo energético pode ficar ainda maior. (Com agências internacionais)

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