Mundo

Incêndio devastador ameaça mais de 11 mil construções na Califórnia

Fogo consumiu cerca de 8,3 mil hectares em apenas 48 horas no condado de Ventura, ao norte de Los Angeles

Vista de uma casa que foi destruída no incêndio Mountain em 8 de novembro de 2024 em Camarillo, Califórnia.  (Mario Tama/Getty Images)

Vista de uma casa que foi destruída no incêndio Mountain em 8 de novembro de 2024 em Camarillo, Califórnia. (Mario Tama/Getty Images)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 9 de novembro de 2024 às 16h40.

Um incêndio devastador reduziu a cinzas mais de cem casas e ameaça mais de 11 mil edificações após seu avanço destruidor pelo sul da Califórnia. No entanto, uma melhoria nas condições climáticas nesta sexta-feira deu uma trégua aos bombeiros.

O fogo, batizado de "Mountain", consumiu cerca de 8.300 hectares em apenas 48 horas no condado de Ventura, ao norte de Los Angeles. De acordo com informações preliminares, as chamas destruíram 132 casas e danificaram outras 88.

Mais de 11 mil edificações estão sob ameaça devido ao incêndio, que já deixou cinco pessoas feridas, segundo os bombeiros. Robin Wallace contou à AFP como a casa onde cresceu foi carbonizada em questão de minutos.

— Esperávamos voltar para pegar algumas coisas, mas não conseguimos", disse a mulher. "Tudo estava destruído à tarde. Foi muito rápido — relatou.

Linda Fefferman, que conseguiu fugir das chamas com seu marido e três de seus cinco animais de estimação, descreveu sua angustiante experiência momentos antes de sua casa ser consumida pelo fogo.

— Foi aterrorizante. Vimos (de um estacionamento) a fumaça, provavelmente nossa casa queimando. Até agora, contamos entre 14 e 15 casas (destruídas) na nossa rua — comentou Fefferman, que disse não estar preparada para ver as cinzas do que foi seu lar: — Emocionalmente, não estou pronta. Estou tomando um passo de cada vez (...). Quando você perde tudo, sua cabeça meio que vai embora com isso.

As chamas começaram na manhã de quarta-feira, justamente quando a região estava sob alerta vermelho devido à intensificação dos ventos fortes e baixa umidade.

A Califórnia, na costa oeste dos Estados Unidos, viveu dois anos de muita chuva, o que favoreceu o crescimento da vegetação rasteira que, agora, sob seca, calor e ventos, se transforma no combustível ideal para a rápida propagação do fogo.

As autoridades emitiram ordens e alertas de evacuação para cerca de 10 mil pessoas na área, onde residem aproximadamente 30 mil.

O governador da Califórnia, Gavin Newsom, visitou as comunidades afetadas na quinta-feira e declarou estado de emergência na área mais atingida do condado de Ventura.

A Casa Branca informou que o presidente Joe Biden ligou para Newsom nesta sexta-feira para discutir "o apoio necessário às comunidades afetadas" e a aprovação de uma concessão para o gerenciamento dos incêndios pela Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA).

'Ameaça'

As condições climáticas melhoraram na manhã de sexta-feira, abrindo uma janela para os mais de 2,4 mil bombeiros que combatem, por via aérea e terrestre, o perigoso incêndio.

O alívio no clima já permitiu conter 14% do perímetro do incêndio, informou Nick Cleary, do Departamento de Bombeiros do condado de Ventura.

"Tivemos um dia muito bem-sucedido no combate ao incêndio", disse ele aos jornalistas, enquanto uma suave brisa proveniente da costa ajudava nos esforços.

No entanto, nesta manhã, o Serviço Nacional de Meteorologia alertou que, embora os ventos tenham diminuído um pouco, os níveis de umidade continuam baixos na região.

"A atividade do fogo se moderou devido à diminuição dos ventos", resumiu o departamento de bombeiros. Mas advertiu que "o incêndio continua sendo uma ameaça para as infraestruturas críticas".

"Ele está queimando em um terreno acidentado e escarpado, com combustíveis secos e altamente receptivos, o que tem dificultado os trabalhos de contenção", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:Califórnia

Mais de Mundo

Justiça dos EUA acusa Irã de conspirar assassinato de Trump; Teerã rebate: 'totalmente infundado'

Coreia do Norte interfere em sinais de GPS e perturba transporte aéreo e marítimo do Sul

Brasil está confiante de que Trump respeitará acordos firmados na cúpula do G20

Controle do Congresso dos EUA continua no ar três dias depois das eleições